sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ivan Lima de "olho" em Poe


A Companhia Teatral OOPS!.. está preparando para apresentação nos dias 13, 14 e 15 de agosto, com direção de Ivan Lima e atuação de João Bosco Amaral, o monólogo OLHO, baseado na obra de Edgar Allan Poe. O espetáculo que será apresentado no Centro Cultural Goiânia Ouro, terá, nesses três dias, entrada franca, tendo em vista a exigência feita pelo fato de ser a produção apoiada pela Lei de Incentivo Municipal.
Vale a pena lembrar que Ivan Lima dirigiu em maio/2010 a peça Laio, encenada no Martin Cererê, em dois dias de casa lotada.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Curitiba déco


Como toda capital brasileira em atividade construtiva na primeira metade do século XX, Curitiba também apresenta um considerável acervo de edifícios com características déco. São construções de caráter oficial, residencial e mesmo monumentos implantados nas muitas praças, parques e espaços públicos existentes na cidade.

agência central dos Coreeios e Telégrafos

Um dos bons exemplos dessa arquitetura, em Curitiba, é a sede dos Correios e Telégrafos, edifício que apresenta projeto muito bem resolvido, com fachadas implantadas de forma simétrica, em terreno de esquina e que, apesar de possuir apenas três pavimentos, se destaca em relação ao entorno, com uma monumentalidade ímpar.


edifícios que associam as atividades comerciais e residenciais

Alguns edifícios, também de pequeno porte, associando atividades comerciais e residenciais, conseguem um considerável destaque no meio urbano, existindo mesmo aqueles que apresentam, no piso do hall de entrada, desenhos elaborados com pastilhas, seguindo as características do modelo arquitetônico utilizado no conjunto.

edifício residencial, modificado para atender também como comercial e que apresenta no hall de entrada, o desenho da imagem seguinte


Diferente de cidades como Goiânia, implantadas no período de vigência do déco, Curitiba possui em seu acervo, edificações eminentemente residenciais muito bem elaboradas em vários de seus bairros centrais, representados tanto por construções unifamiliares, como por edifícios de apartamentos.

residência unifamiliar e...

edifício de apartamentos.

Com características déco, um dos mais bem elaborados monumentos pode ser visto na praça que se abre à frente do Teatro Guaíra.

terça-feira, 27 de julho de 2010

mais poesia


não vi que teus olhos
me gritavam
quando dobrei a esquina
dos teus lábios.
havia um certo clima de ternura
que não pude resistir.

y caí.

caí como louco gargalhando
levando preso na mão
o alfinete
que prendia teu vestido
levando preso nos olhos
o derradeiro momento

tão louco quanto irreal


não vi – Gustavo Neiva Coelho
desenho: tirando tudo – Roos

quarta-feira, 14 de julho de 2010

estruras formais de Jesus Cheregati

Acaba de ser publicado pela Editora da UFG, o livro Estruturas formais: casas modernas brasileiras, do arquiteto e professor da PUC-GO, Jesus Cheregati. Resultado do seu trabalho de mestrado, o livro faz uma análise de quinze importantes projetos modernistas brasileiros, com base em teoria desenvolvida pelo arquiteto Edson da Cunha Mahfuz, denominado Quaterno Contemporâneo.
Inaugurando a Coleção Prumo, o livro de Jesus Cheregati se apresenta como um novo material didático para as escolas de arquitetura, discutindo questões teóricas através da análise de reconhecidos projetos, elaborados por arquitetos de fundamental importância para a história da arquitetura moderna brasileira.

sábado, 10 de julho de 2010

arquitetura rural de Goiás IX


fazenda Cedro I, na região do rio Corumbá

A sede da fazenda Cedro I é provavelmente a de construção mais recente, dentro do conjunto de edifícios selecionados para estudo. Apresenta fachadas com aplicação de elementos ecléticos, como o beiral em cimalha, em oposição ao beiral encachorrado, próprio dessa arquitetura, sobrevergas nas portas e janelas e um alpendre com arcos e parapeito. É bom observar que tais elementos não são exclusivos do ecletismo, aparecendo na arquitetura de períodos anteriores, mas, a forma como são encontrados nesses edifícios, remete ao trabalho decorativo da arquitetura eclética de fins do século XIX e que, pela forma lenta com que se espalhou pelo interior do Brasil, vai ter grande aceitação e desenvolvimento em Goiás, a partir da década de 1920, estendendo-se até princípios da de 1950.

detalhe do beiral acimalhado com o canto da parede imitando pilar estrutural

O ecletismo chega em nosso estado através da implantação da rede ferroviária, trazendo para a arquitetura goiana, o uso de elementos construtivos tais como o tijolo queimado, que vem substituir o uso do adobe e do pau-a-pique, empregados desde o início da ocupação, na década de 1720, a telha francesa, que, além de substituir a telha canal, muda a forma de estruturação do telhado, substituindo o pontalete pela tesoura, o cimento, e mesmo formas de agenciamentos internos, em que os cômodos passam a se apresentar de forma mais independentes, isolados um dos outros, principalmente na questão dos acessos.
Assim, com pequenas diferenças nas dimensões dos compartimentos internos, a sede da fazenda Cedro I apresenta uma composição interessante, onde prevalece o equilíbrio das formas, com paredes alinhadas, provocando o aparecimento de compartimentos rebatidos, em relação a um eixo imaginário traçado sobre sua planta.

vista geral do edifício e o estado de abandono do entorno

Os novos conhecimentos técnicos possibilitam a criação de um pátio interno, com a planta do edifício se estabelecendo na forma da letra U. Isso pode ser observado na diversificação de caimentos do telhado, com associação de várias formas de tesouras, com cumeeiras e rincões, onde se estabelece um corpo principal com dois outros secundários, de alturas diferenciadas. No piso é abandonado o tradicional tabuado para ser utilizado o cimento queimado, em toda a edificação, considerado à época, como de mais fácil manutenção e higiene.
Apesar de toda a inovação apresentada na organização interna desse edifício, algumas questões da tradição permanecem, como que arraigadas à forma de vida das populações rurais do estado. Elemento próprio dessa forma de viver é a existência do chamado “quartinho da sala”, quarto destinado a acolher hóspedes de pouca intimidade com os membros da família, localizado em planta, de forma a ter seu acesso voltado para a sala de visitas, sem contato mais direto com os ambientes destinados à família, como a varanda e cozinha. Também a cozinha, com o tradicional fogão a lenha, ou fogão caipira, e um pequeno compartimento destinado ao armazenamento de víveres, situado ao fundo.

detalhe dos arcos do alpendre com relevo de sobreverga do arco, feito em massa de reboco

E, como elemento completamente diferenciado, a existência de um pequeno jardim na parte fronteira da edificação, ficando o curral estabelecido na lateral, pra onde se abre também o pequeno alpendre do edifício. Temos, assim, dois acessos para a residência, estando um voltado para a estrada e utilizado como oficial para os visitantes, para onde se abre a porta principal e está voltada a sala de visitas. Na lateral, o alpendre faz a ligação do curral – local de trabalho externo – e a varanda – local de trabalho interno – demonstrando na distribuição do trabalho, as novas formas de se pensar o espaço. A sala, nesse momento, passa a ser utilizada somente como local de recepção, passa a ser realmente uma “sala de visitas”, isolada de qualquer incômodo provocado pelo trânsito de serviço, e a passagem, ou entrada de serviços acontece na lateral da edificação, pelo alpendre, ligando diretamente o curral à varanda e à cozinha.
Assim, a localização do curral ao lado da edificação, permite uma melhor visualização da fachada principal, a implantação do jardim, o isolamento do acesso principal e melhor apresentação e limpeza quanto à sala de visitas.

Organização interna

A planta baixa da sede da fazenda Cedro I, inova na organização interna das sedes tradicionais encontradas no estado, tanto no que se refere à sua distribuição quanto na forma como os cômodos estão dispostos.
Existe aí, uma organização em que se pode observar três faixas de distribuição, tanto no sentido transversal quanto longitudinal. No primeiro caso, temos a primeira faixa composta pela sala de visitas, quarto de hóspedes e um dos quartos internos da residência. Na segunda faixa, aparecem o alpendre, a varanda e um pequeno quarto, com dimensões próximas às do alpendre. Convém observar, aqui, que esse pequeno quarto é um elemento fundamental da tradição arquitetônica goiana, tanto rural quanto urbana. Trata-se de um compartimento utilizado para atividades como costura – é comumente chamado quarto de costura – ou ainda como apoio, sendo utilizado para guarda e estoque de roupas de cama ou ainda apoio à copa e demais atividades desenvolvidas na varanda.

fachada lateral mostrando as janelas da sala, os arcos do alpendre e as janalas da cozinha

Na terceira, comparecem quarto, pátio, cozinha, banheiro, despensa e um pequeno quarto e, com um pouco mais de observação, poderemos perceber, dessa faixa, isolar uma outra, de menores dimensões, composta pelo pequeno quarto, alinhado com a despensa e o banheiro.
Se observarmos a planta no sentido longitudinal, poderemos encontrar uma primeira faixa composta somente de quartos e uma pequena parte da varanda. Uma segunda faixa está composta pelo quarto de hóspedes, a parte central da varanda e o pátio interno. Na terceira faixa, a sala de visitas, alpendre, a parte final da varanda, cozinha, despensa e banheiro.
Predomina nessa construção uma organização baseada na simetria de distribuição e composição, com alinhamento quase perfeito das paredes e, internamente, o declive do terreno, diferente das demais sedes conhecidas, de caráter tradicional, não aparece no interior da residência. Um pequeno degrau promove a mudança de nível entre o interior e o pátio e, desse para o terreno posterior ao edifício, uma escadaria larga, de sete degraus com espelhos de alturas variadas.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

patrimônio histórico XXIII

Grupo Escolar Modelo

O Grupo Escolar Modelo foi estabelecido a 1° de fevereiro de 1938, funcionando inicialmente nas mesmas instalações que o Liceu de Goiânia, transferindo-se para edifício próprio, na esquina das ruas 3 e 23, próximo ao Jóquei Clube e ao Teatro Goiânia, dois anos depois, em 1940.
Foi a primeira escola primária da nova capital mantida pelo poder público estadual; no período noturno funcionava, no mesmo edifício, a Escola de Comércio.
Contava em 1946 com uma biblioteca de apoio a professores e alunos, com 1.300 títulos, além de publicar na Imprensa Oficial dois jornais produzidos, organizados e dirigidos pelos próprios alunos: o Tico-Tico, de responsabilidade dos meninos, e o Branca de Neve, a cargo das meninas.
O edifício construído em dois pavimentos, com a fachada principal voltada para a pracinha da Rua 23, incorpora as linhas sóbrias da maioria das edificações públicas da nova capital. Em seu pavimento superior, há uma pequena sacada, que se constitui em interessante elemento de composição.
o edifício do Grupo Modelo já com o nome atual em sua fachada

Da mesma forma que o Teatro Goiânia, aproveita o fato de estar implantado em um terreno triangular, para promover um maior destaque e valorização de sua fachada. Com esse mesmo intuito, utiliza ainda a área disponível à sua frente para instalação de um jardim.
Também como os demais edifícios públicos da cidade, fez uso do concreto e da alvenaria de tijolo em sua elaboração, com a aplicação de elementos decorativos característicos do art déco, preocupando-se, no entanto, que tais elementos fossem apresentados de forma sóbria, sem exageros formais. A cobertura de telha francesa fica escondida pela implantação de uma platibanda decorada com cimalha em sua parte superior. As aberturas da fachada, tanto no térreo como no pavimento superior, estão unidas através de linhas decorativas em suas partes superior e inferior, o que contribui para dar ao edifício um sentido marcante de horizontalidade, que é a grande característica da maioria dos edifícios públicos de Goiânia.

o Grupo Modelo na década de 1940, em foto de autor não identificado

A predominância do cheio sobre o vazio foi aproveitada nesse edifício como meio de composição plástica para sua fachada, com uma boa distribuição das aberturas, em relação aos planos cegos. A proteção desse monumento é feita

Na esfera estadual:
Pela Lei n° 8.915, de 13 de outubro de 1980
Pelo Decreto n° 4.943, de 31 de agosto de 1988

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sanatan no MAG

Comemorando os quarenta anos de sua primeira exposição, o artista plástico mato-grossense radicado em Goiás, Sanatan, abriu recentemente a exposição: Mergulho visual no encantado – 40 anos de exposições, no Museu de Arte de Goiânia – MAG.
Apresentando trabalhos em acrílico sobre tela, óleo sobre tela, desenhos sobre papel, e serigrafias, a exposição é uma retrospectiva dos quarenta anos de carreira artística de Sanatan, onde podem ser vistos trabalhos produzidos entre os anos de 1963 a 2009 com temática voltada exclusivamente para as questões relacionadas à natureza.

Ameaça - OST de 1995 (60x80) - coleção particular

Ecos da queimada - AST de 2009 (160x180) - coleçao particular

ficha limpa?

Alguém chegou a acreditar que daria certo?
A Folha de São Paulo mostrou que não. De acordo com esse jornal, políticos como Marcelo Miranda (PMDB-TO), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Jackson Lago (PDT-MA), todos ex-governadores cassados, já conseguiram registrar suas candidaturas. Também Anthony Garotinho (PR-RJ), Joaquim Roriz (PSC-DF), Paulo Maluf (PP-SP), entre muitos outros, já estão com seus registros garantidos.
E o trouxa aqui acreditou...

Palmas, a cidade

Na história recente do Brasil, a cada 30 anos se constrói uma capital planejada. A primeira foi Belo Horizonte, nos anos finais do século XIX, com todas as características de modernidade que a época e o local exigiam. Na década de 30 do século XX, foi a vez de Goiás receber uma nova capital (Goiânia), com projeto e construção baseados nos conceitos de Desenvolvimento e Modernidade, pregados pelo Governo Vargas. Juscelino, já no final da década de 1950, transferiu para a região central do país, a capital federal, construindo Brasília, cujo projeto, resultado de concurso público, ficou a cargo do grande urbanista Lúcio Costa. No final do século, mais precisamente na passagem da década de 1980 para a de 1990, a divisão do estado de Goiás e a criação do Tocantins, exigiu nova capital, também resultado de um projeto, sendo desta vez fundada a cidade de Palmas, próxima ao rio Tocantins e a importantes cidades históricas como Porto Nacional, Natividade e Monte do Carmo, entre outras.

No cruzamento das duas principais avenidas, encontra-se a praça dos Girassóis, com o Palácio do Governo ao centro.
Com projeto de Oscar Niemeyer, foi construído o Memorial Luiz Carlos Prestes, e

à sua frente, o monumento aos tenentes do movimento ocorrido na década de 1920, conhecido como Tenetismo.