fazenda S. Jerônimo II, na região do rio Verdinho
Apesar de apresentar, como a fazenda São Joaquim I, uma composição próxima àquela encontrada nas construção tradicionais, também aqui os materiais são os que de mais moderno se pode encontrar em um período que poderia ser compreendido como de transição, dentro da arquitetura rural da região.
Apresenta paredes elaboradas em alvenaria de tijolo com estrutura em alvenaria armada; a cobertura é em telha francesa apoiada no tradicional pontalete (quando esse tipo de cobertura geralmente se apóia em tesouras); piso em cimento queimado e a organização interna que apresenta elementos próximos ao tradicional, associados a outros que fogem totalmente a essa semelhança.
O acesso ao interior desse edifício é feito através de um amplo avarandado em “L”, que ocupa toda a fachada frontal e parte de sua lateral direita. Fechado com uma pequena mureta de cerca de 60 cm de altura, esse avarandado apresenta, em determinados pontos, aberturas que facilitam o trânsito entre interior e exterior.
construção utilizada como residência para o caseiro
Organizada de acordo com as formas tradicionais, apresenta dois blocos, situados em níveis diferentes em relação ao terreno, onde deveriam estar claramente separados, na parte mais alta os espaços social e íntimo, e na outra, os compartimentos destinados aos serviços. No entanto, o que se tem é uma forma de organização e distribuição que, se já não representa o pensamento tradicional, também não traz ainda uma forma de estruturação representativa da racionalidade encontrada na arquitetura da época.
Apresenta em sua primeira faixa uma ampla sala e um peque quarto, que poderiam ser entendidos como a sala de visitas e o quarto de hospedes tradicionais. Em seqüência, uma pequena sala de distribuição, com aberturas em todas as suas quatro paredes, faz a ligação entre a sala, dois quartos laterais de dimensões diferentes e o segundo bloco, cujo piso está em um plano com cerca de 70 cm abaixo do nível do primeiro bloco.
No segundo bloco, uma grande sala em “L”, um quarto que geralmente é utilizado para costura e guarda de roupas, a cozinha e dois pequenos banheiros, cujos acessos são feitos pelo exterior da residência.
A forma com estão organizados os planos do telhado e a colocação de paredes no bloco de serviços demonstram que as partes do edifício não foram elaboradas em uma mesma época, além de não apresentar nenhuma preocupação de organização técnica da parte do construtor. Um dos banheiros se encontra com uma subdivisão do espaço da cozinha, enquanto que o outro é um acréscimo implantado na parte posterior da edificação.
vista da construção anexa, com depósito e área de serviços
Duas outras edificações de pequeno porte fazem parte do conjunto, sendo uma utilizada como anexo do edifício principal e a outra, um barracão de serviços adaptado para uso do caseiro.
Destoando das demais sedes de fazenda estudadas na região, a implantação se faz de acordo com os esquemas tradicionais, apresentando o curral na frente da casa, galpões e cercados para animais de pequeno porte, muito próximos ao edifício sede.