segunda-feira, 30 de março de 2009

herança portuguesa

É bem conhecida, na história de Goiás, a inflência recebida da dominação portuguesa. Mesmo sendo paulista o responsável pelo descobrimento das minas de ouro da região dos Goyazes, a presença portuguesa já se apresentava de forma efetiva desde a organização da bandeira de Bartolomeu Bueno onde, segundo o alferes Braga: "dos brancos quase todos era filhos de Portugal, um da Bahia e cinco ou seis paulistas". Assim, nada mais natural que também na arquitetura tal influência se apresentasse de maneira expressiva. A casa que se vê na foto, é da cidade de Bragança, na região de Traz-os-Montes, no norte português e representa um modelo amplamente utilizado naquela parte do país, com maior incidência nas cidades de Bragança e Chaves. É bem clara a semelhança...

sexta-feira, 27 de março de 2009

iconografia vilaboense III

A instituição da Capitania de Goyaz, separada da de São Paulo e a conseqüente criação de Vila Boa com sua capital, provocaram sérias modificações na estrutura tanto urbana, quanto social, política e administrativa dessa região mineradora localizada entre as Gerais e o Mato Grosso. A partir desse momento e até princípios do século XX, grandes foram as disputas judiciais travadas por questões de limites, tanto com o Mato Grosso, quanto com Minas Gerais, Pará e Maranhão envolvendo praticamente todos os governadores que, ao longo do tempo foram designados para a administração goiana.
Em 1749, mais precisamente a 8 de novembro, tomou posse como governador, vindo de Pernambuco, D. Marcos de Noronha, com jurisdição exclusiva e privativa da Capitania de Goyaz, o primeiro com tais prerrogativas. Uma de suas primeiras ações teria sido fixar os limites da Capitania, segundo Silva e Souza (1967, p.22) promovendo sua separação de Minas Gerais pelo Ribeirão dos Arrependidos, de São Paulo pelo Rio Grande e, do Mato Grosso pelo Rio das Mortes.
Comentando o governo de D. Marcos, diz Alencastre (1979, p. 88), que

Uma sociedade que se organiza, uma administração que se cria em todos os pormenores do serviço, é um trabalho longo, que demanda muita prática da administração, muita experiência dos homens, uma inteligência calma e segura, sustentada pela necessária energia de caráter.

Na capital, D. Marcos, que no ano seguinte receberia o título de Conde dos Arcos, providenciou de imediato a aquisição de casas para a instalação da sede administrativa, além de fazer funcionar em endereço próprio, a casa de fundição, que teve suas atividades iniciadas em janeiro de 1752, tendo como fundidor Antonio de Carvalho, que já havia tomado posse em dezembro do ano anterior.
Estivera seu antecessor residindo nas casas que Silva e Souza (1967, p. 19) indica pertencerem ao Major Seixo - por volta de 1812 -, da qual Bertran (1997, p.53, v. 1) apresenta a planta, dizendo pertencer a alto funcionário do governo, que tentou vendê-la à Coroa. D. Marcos, no entanto, comunicando ao rei sua preocupação quanto ao declínio da arrecadação, tendo em vista a baixa produção que começava a acercar as lavras, levanta questões relacionadas à necessidade de aquisição de casas para sua residência, já que a situação dos cofres não permitia a construção de um palácio. Adquiriu então, a Domingos Lopes Fogaça, outro alto funcionário do governo, um conjunto de casas, das quais uma destinou à fundição e as demais, após passarem por uma série de reformas, serviram-lhe de residência e local de trabalho. Vale lembrar que o mesmo Fogaça vendeu, do outro lado do mesmo Largo, as casas necessárias à instalação da Real Fazenda.

Convém observar também, que estavam tais edificações voltadas para o Largo da Matriz, portanto fora do espaço definido por lei e implantado sob ordem régia para sede da Vila. Ou seja, mesmo com o Ouvidor ameaçando de prisão aqueles que construíssem fora do espaço de jurisdição do Pelourinho, foi o próprio governador estabelecer-se no Arraial do anhanguera, fazendo com que a Vila continuasse, como realmente continuou, por longo tempo desabitada.
Durante o governo do Conde dos Arcos, comenta ainda Alencastre (1979, p. 124),

Francisco Tossi Colombina e outros propuseram abrir por esse tempo uma estrada de carros de São Paulo para Cuiabá, passando pela capital de Goiás e requereram a concessão do privilégio do seu rendimento por espaço de dez anos, e uma sesmaria de três em três léguas em toda a extensão da projetada via de comunicação. Foi esta pretensão deferida por provisão de 6 de dezembro de 1750. Era uma idéia gigantesca, para poder ser por essa época levada a efeito. O privilégio caducou, por nunca terem os empresários podido organizar a companhia que se devia encarregar desses trabalhos, e levantar os capitais que se faziam necessários para execução das obras.

Mesmo não tendo construído a pretendida estrada, a passagem de Colombina por Goiás não ficou no anonimato. Apesar de Bertran (1997, p. 50, v. 2) afirmar serem anônimos os prospectos de 1751, elaborados à época do governo do Conde dos Arcos, autores como Joaquim Craveiro conferem a responsabilidade desses desenhos a Tossi Colombina, por ocasião de sua passagem por Goiás, além de lhe ser atribuído também um mapa, encomendado por D. Marcos, sobre os limites da Capitania.

quinta-feira, 26 de março de 2009

e por falar em poesia...


BRAZ JOSÉ COELHO, nascido na cidade de Silvânia - GO, em 1938, tem seu nome ligado à literatura em Goiás, ao longo das últimas quatro décadas não só por seus estudos sobre lingüística, mas também por seus livros de contos – Peonagem e Cabroeira (1971) e Os Cães e a Rede (1978) – adotados nos vestibulares das Universidades Federal e Católica, de Goiás, e Um homem e sua família (1997). Com participação em antologias e mesmo em trabalhos esparsos foi sempre através da prosa que a produção literária de BRAZ JOSÉ COELHO se manifestou.
O livro UMA INTENÇÃO DE POESIA (Trilhas Urbanas, 2005) passa a ser a primeira publicação em que BRAZ JOSÉ COELHO utiliza a poesia como forma de expressão. Não significa isso, que seja uma tentativa nova de trabalhar a literatura, já que os poemas apresentados nesse livro foram elaborados, trabalhados e reestruturados ao longo do tempo, desde sua juventude, em meados da década de 1950 e somente publicados em 2005 quando o autor os considerou prontos para serem apresentados ao público.
Em breve, poemas do livro UMA INTENÇÃO DE POESIA, de BRAZ JOSÉ COELHO.

quarta-feira, 25 de março de 2009

um pouco de poesia

Se algum dia ficar louca,
já sei o meu tempo de surto.
Aquele que extasia...
O que sai fora do espaço/tempo,
quando perde-se o rigor,
onde a crítica inexiste...
O que ressaca a alma,
mas umedece o olhar,
dá saudade braba de gente,
de sotaque e comida da terra.
Muita seca e só chuva pouca...
O advento da primavera.

florada – Florianita C. B. Campos
ilustração: Olavo

terça-feira, 24 de março de 2009

iconografia vilaboense II

O presente trabalho tem por objetivo apresentar parte da iconografia relacionada a Vila Boa, antiga capital do estado de Goiás, elaborada durante os séculos XVIII e XIX e, no mais das vezes interpretada de forma incorreta e mesmo erroneamente datada, o que leva a avaliações equivocadas da história dos núcleos goianos setecentistas.
Implantado em decorrência dos descobrimentos auríferos das décadas iniciais do século XVIII, o principal núcleo urbano das Minas dos Goyazes teve sua organização inicial e desenvolvimento marcados pelos mesmos processos encontrados em praticamente todos os aglomerados mineradores do Brasil colonial.
Apesar de não seguir um plano organizado, sua população se estabeleceu em obediência a certas exigências, principalmente de ordem cultural e social, estando inicialmente, a população negra estabelecida de um lado do rio, onde foi posteriormente construída sua igreja, dedicada a Nossa Senhora do Rosário, como era tradição, e do outro lado do rio, seguindo também uma tradição - e não um processo de planejamento - a população branca se estabelece em local mais alto e plano, mantendo certa distância dos inconvenientes provocados pelo trabalho da mineração e em torno de uma pequena capela dedicada à invocação do santo do dia da instalação do assentamento, no caso Sant’Anna.
O primeiro documento - não iconográfico - que se conhece sobre a implantação de Vila Boa, seria a carta régia de 11 de fevereiro de 1736, que, por ser praticamente igual a várias outras, determinando a instalação de inúmeras vilas nas mais distantes e distintas localidades da colônia, não se apresenta como elemento definidor de um planejamento, já que apenas oferece diretrizes e orienta quanto ao básico de se determinar o lugar da Praça no meyo da qual se levante pelourinho e se assinale a area para o edificio da Igreja (...) E que façais delinear por linhas rectas a area para as cazas e seus quintaes, e se designe o lugar para se edificarem a Caza da Camara e das Audiências e Cadeya, independente de onde, de que maneira ou com quais dimensões, não importando o que ao lado de quem.
A seguir, de 1751, encontramos os prospectos, representados por três desenhos em vista, da Vila, onde se pode claramente perceber aquilo que a documentação escrita do período tão bem explicita, que é a desobediência da população quanto à transferência das habitações para a região determinada como território da Vila, permanecendo da maneira como estava desde a década de 1720, no espaço conhecido como pertencente ao antigo Arraial de Sant’Anna.


A primeira planta urbana de que se tem notícia, elaborada para a Vila, datada de 1770 e não de 1782, como pretendem alguns historiadores, da mesma forma que também não representa proposta de realinhamento, como é constantemente sugerido, está aqui analisada em comparação com a documentação escrita do mesmo período, representada pela correspondência dos governadores, assim como de seus relatórios sobre a administração e melhorias urbanas promovidas.
O prospecto do soldado Guimarães, primoroso desenho encomendado pelo governador Cunha Menezes, com o levantamento do que existia na Vila em 1782 e a proposta de ordenação do seu crescimento - e não de alinhamento -, caso o crescimento da população assim exigisse. Acompanhado de um Código de Posturas Urbanas, esse foi o primeiro documento iconográfico da capital goiana elaborado com a pretensão de dar uma ordem urbana ou um planejamento ao crescimento - e somente ao crescimento - da história de Goiás. Convém observar que nesse caso, a intenção de se dar uma ordem à Vila, partiu da forma própria com que Cunha Menezes entendia a estrutura de governo e seu relacionamento com a sede do poder administrativo, dentro de um direcionamento oficial pensado como um todo para a colônia dentro do pensamento político do Marquês de Pombal .

Citando uma carta de Cunha Menezes ao Ouvidor da Comarca de Vila Boa, Roberta Delson (1997, p. 48) diz que

Se uma perspectiva agradável pudesse ser conseguida por meio do alinhamento das ruas e da uniformização das fachadas, então se poderia esperar que os habitantes da localidade seguissem o exemplo e mostrassem uma conduta civil e decente. Assim sendo, o governador propunha que daí por diante todos os prédios a construir e reconstruir em Vila Boa se ajustassem a um plano diretor para que a capital provincial pudesse compartilhar ‘do sistema praticado em todas as nações mais civilizadas da Europa’.

Nesse sentido, a atuação de Cunha Menezes pode ser observada não só no plano de orientação ao crescimento de Vila Boa, como também em sua atuação na Capitania de Minas Gerais, para onde foi transferido em seguida. Lá, o projeto para a Casa de Câmara e Cadeia de Ouro Preto pode ser visto como uma das melhores obras arquitetônicas atribuídas a ele, inclusive como uma antecipação da chegada oficial do neoclássico ao Brasil.
No mesmo período, estão situadas as melhores construções religiosas da Vila – quer como conclusão de construção, quer como obras de reforma –, como as igrejas de Nossa Senhora da Boa Morte, de Nossa Senhora do Carmo, de Nossa Senhora da Abadia e de Santa Bárbara. Tais edificações foram, em certa medida, favorecidas pelas propostas de melhorias urbanas de Cunha Menezes, não se apresentando de forma alguma como decorrentes delas, como se tem ultimamente afirmado. Basta para isso , observar o documento de instalação da Igreja de Santa Bárbara, datado de 1775, referindo-se ao fato de estar sendo a igreja construída ao lado da estrada que demanda ao Arraial da Barra, o que por si só é suficiente para desautorizar afirmações que vinculam o acesso a esse edifício, ao plano de ordenamento de Cunha Menezes. Da mesma forma que a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, de construção iniciada em meados do século, em uma rua já definida e ocupada, como pode ser visto no mapa de 1770 - doze anos antes do de Cunha Menezes - e de planta extremamente complexa para ser alterada no sentido de acompanhar uma suposta modificação na implantação da rua, como se pretende. Modificação essa que, basta se observar a documentação precedente para perceber que não aconteceu.
Finalmente, os projetos arquitetônicos, sendo um para a Casa de Câmara e Cadeia, elaborado em Lisboa e construído com algumas pequenas modificações e aqueles desenvolvidos já na segunda metade do século XIX, sendo um para o conjunto formado por Enfermaria Militar e Quartel dos Dragões, elaborado na própria Vila Boa, que, por falta de recursos jamais chegou a ser concluído, sendo posteriormente os alicerces da enfermaria utilizados para a ampliação do quartel, também com base em projeto realizado na capital goiana e inconcluso; outro para a Escola de Aprendizes Militares, não construído; a reforma do edifício da Casa de Fundição para abrigar o Depósito de Artigos Bélicos e o levantamento da Casa da Pólvora acompanhado do projeto para a casa da guarda.


No conjunto, tal iconografia vem demonstrar a vinculação de Vila Boa a uma série de propostas governamentais de ocupação territorial e tentativa de fixar sua população, mas que, de forma alguma sugere a elaboração de um plano urbano, dentro dos moldes como foram implantados núcleos como Nova Viçosa e Portalegre na Bahia, Nova Mazagão e São José de Macapá no Amapá, ou Albuquerque e Casalvasco no Mato Grosso.
Resultante da mineração e se desenvolvendo ao longo da estrada que, vindo de São Paulo demandava ao Cuiabá, Vila Boa, originariamente Arraial de Sant’Anna estabeleceu-se - e isso pode ser observado ainda hoje - como todo arraial minerador, acomodando-se à topografia quando ela assim o exige ou espraiando-se em ruas regulares quando também o terreno, um pouco mais plano, assim o permite.

iconografia vilaboense I

Um dos textos que se pretende apresentar nesse espaço, tem como objetivo o estudo das imagens (desenhos, mapas e plantas) desenvolvidas em (para) Vila Boa no decorrer dos séculos XVII e XIX e encontrados em vários arquivos brasileiros e portugueses.
Trata-se de material que já vem sendo trabalhado desde 2002 e que gostaria de apresentar ao debate, antes da elaboração de sua versão final para publicação.
Compõe-se de vários textos que serão apresentados na medida em que forem sendo organizados, lembrando que não é ainda a versão final e nem todas as ilustrações serão aqui apresentadas.

domingo, 22 de março de 2009

a casa abalcoada no livro de Rocha Lima

bico-de-pena de Elder Rocha Lima para o livro
Guia afetivo da cidade de Goiás
Em seu livro Guia afetivo da cidade de Goiás (IPHAN, 2008), Elder Rocha Lima fala sobre a casa abalcoada. Diz ele (p. 88/92):

“Quem caminha pela rua da Cambaúba, no sentido do Rio Vermelho verá à sua esquerda uma bela residência com balcões e debruçada sobre o rio (...) A que chamamos de Casa dos Balcões tem um desenho arquitetônico digno da assinatura de um Lúcio Costa e nos surpreende pela elegância de seu desenho, feliz implantação e, digamos, sua boa arquitetura moderna.”

Dispensa comentários...

um guia afetivo

Acaba de ser lançado o livro Guia afetivo da cidade de Goiás (IPHAN, 2008), de Elder Rocha Lima. O livro em primoroso acabamento, traça um minucioso panorama da cidade de Goiás – antiga Vila Boa – falando sobre sua história, arquitetura civil e religiosa, traçado urbano, literatura e cultura popular, chegando a referenciar os cronistas europeus que, no início do século XIX, circularam por Goiás, fazendo uma completa documentação da fauna, flora, geologia, mineralogia, etc.
Além de um amplo documentário sobre a cidade de Goiás, o livro de Elder Rocha Lima vem fartamente ilustrado com belíssimos desenhos em bico-de-pena do próprio autor que, além de escritor é um dos mais expressivos artistas plásticos do estado e, não se pode deixar de dizer, um dos arquitetos responsáveis pela modernização da arquitetura em Goiás.
É um livro fundamental para o conhecimento e entendimento da antiga capital e, muito mais que um guia afetivo, um guia de referência.

sábado, 21 de março de 2009

um pouco de poesia

tiro da gaveta
meu último poema
escrito não me lembro quando.
tiro também
um beijo
guardado
antes mesmo de ser dado

y vejo que nada mudou.

na gaveta minhas vontades,
lá fora
o mundo, a vida
sem novidades.

últimos guardados – Gustavo Neiva Coelho
ilustração: roos

Barão de Mossamedes: um diário de viagem

Quarto governador da Capitania de Goyaz, JOSÉ DE ALMEIDA DE VASCONCELLOS SOVERAL E CARVALHO, saiu de Lisboa em setembro 1771, chegando a Vila Boa em julho do ano seguinte, empreendendo a partir daí, uma viagem que objetivava conhecer in loco a região que deveria administrar.
O livro que recebe o nome de DIÁRIO DE VIAGEM DO BARÃO DE MOSSÂMEDES: 1771 – 1773 (Trilhas Urbanas, 2006), é o resultado das anotações feitas pelo ajudante-de-ordens Thomas de Souza, no decorrer das duas viagens efetuadas por esse Governador em território brasileiro – a primeira do Rio de Janeiro a Vila Boa e a segunda pelo interior da Capitania de Goyaz. Encontrado no Arquivo da Biblioteca da Universidade de Coimbra, em Portugal, esse documento possui, segundo Paulo Bertran, uma cópia no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.
De grande importância para o conhecimento da história de Goiás nas décadas finais do século XVIII, esse documento mostra como se organizavam os caminhos, os núcleos mineradores, as milícias e a própria população, com suas estruturas religiosas, culturais e sociais.
Transcrito e organizado pelo historiador Antonio César Caldas Pinheiro (diretor do IPEHBC) e pelo arquiteto Gustavo Neiva Coelho (professor de história da arquitetura na UCG), o DIÁRIO DE VIAGEM DO BARÃO DE MOSSÂMEDES: 1771 – 1773 é o primeiro exemplar de uma série de documentos que se pretende divulgar sobre a história goiana.

o que é

É a CASA ABALCOADA a vontade de criação de um espaço de informação e debate sobre história, arquitetura e arte, e, apesar de ter sua sede às margens do Rio vermelho, não é somente sobre a Cidade de Goiás que pretendemos falar, mas também.
Fotografia, literatura, artes plásticas e mesmo a historia, através da divulgação de documentos de interesse para um maior conhecimento da cultura local (e não só), serão aqui apresentados, acompanhados das informações necessárias e, sempre que possível, disponibilizando a opinião de estudiosos e pesquisadores capacitados a, com seu conhecimento, complementar as informações sugeridas.
É a CASA ABALCOADA um convite ao debate sobre os temas propostos.

a casa abalcoada

Ancorada sobre um rio,
(Rio vermelho),
a casa é um porto, um posto
de onde observo a vida,
o passar do tempo, do vento, da cidade,
a história dos que por aqui passaram,
dos que ainda virão,
aportado eu,
ancorado nesse balcão.

Do balcão dessa casa
(sacada abençoada)
observo e anoto
mando recados, recebo notícias,
conto o que ouço, ensino o que sei,

é aí que busco, na fonte,
as histórias
que um dia escreverei.

Ancorada sobre o tempo
é a casa, toda ela posto, porto,
local de observação.
Caminho que sigo atento
tocado por essa intenção.