quarta-feira, 22 de setembro de 2010

patrimônio abandonado V

Rruínas no centro de Curitiba

A questão do abandono e da destruição de edifícios de interesse histórico ou arquitetônico não está restrita a uma determinada região ou localidade. No caso do Brasil, é possível observar esse fato em praticamente todos os principais centros urbanos de todas as regiões do país.
Apesar de se projetar como uma das cidades onde a preservação é feita com maior intensidade, Curitiba apresenta também seu calcanhar de Aquiles. Tanto em seu centro histórico quanto no entorno imediato é possível observar o estado de abandono de edifícios com características arquitetônicas merecedoras de proteção.

edifícios com características déco, já em processo de demolição


ou mesmo representantes dos casarões de fins do século XIX

e residências que demonstram apuro e acabamento...

em seus projetos.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

arquitetura rural de Goiás XI

fazenda Bacurilândia, na região do rio Verdinho

Dentro de um conceito totalmente moderno de ocupação, propriedade e uso da terra rural, a fazenda Bacurilândia se estabelece na região apresentando modificações não só na forma de implantação e organização interna da casa sede, ms também na maneira como anexa ao conceito de morar e trabalhar, uma série de outras edificações que complementam e contribuem para o rendimento dos trabalhos aí verificados.
Seguindo a orientação de um projeto elaborado por profissional habilitado, todos as edificações obedecem a um esquema construtivo, com estrutura elaborada em concreto e paredes em alvenaria de tijolo com cobertura em telha plan, de maior facilidade de aquisição no mercado de materiais de construção. Também o material utilizado no piso de todas as construções é industrializado (piso cerâmico), de maior facilidade de limpeza e manutenção.
Dispostos em torno de um grande pátio, tanto os edifícios de moradia, quanto os de depósito e serviço seguem uma organização e hierarquia planejadas dentro de conceitos modernos de organização do espaço, estando os edifícios de moradia situados à esquerda do pátio (em relação ao observador vindo da estrada de acesso) e os de serviço, juntamente com curral, embarque e local para vacinação, implantados do lado direito.



casa sede

A principal edificação dessa fazenda, e primeira a ser vista pelo visitante, se apresenta organizada a partir de um retângulo com compartimentação obedecendo a um equilíbrio perfeito, tanto no sentido longitudinal quanto no transversal. O centro do edifício é marcado pela existência de duas amplas salas, interligadas e que se abrem, no sentido longitudinal, para dois alpendres de grandes dimensões, situados, cada um deles, em um dos extremos da construção.
Laterais a essas salas e com acessos feitos pela segunda delas, se encontram os compartimentos íntimos, sendo três quartos e um banheiro de cada lado, com as mesmas dimensões e forma de organização.
Facilitando e simplificando as questões de ordem construtiva, a cobertura, em telha plan, é feita em duas águas, eliminando qualquer complicação estrutural exigida para telhados com diversidade de planos. Também a padronização das aberturas se apresentam como elemento redutor de custos, o que facilita a aquisição de peças industrializadas em quantidade. Também a escolha de um mesmo elemento de piso para toda a construção, contribui para seu barateamento.
cozinha e serviço

Na seqüência, e situado a poucos metros do alpendre posterior da casa sede, encontra-se o segundo edifício dessa fazenda, destinado a atender às necessidades daquele outro, apresentando espaço para cozinha, área de serviços e dois banheiros, em uma das extremidades.
Também aqui é possível perceber a preocupação com o planejamento, com a colocação equilibrada dos volumes ocupados pelos banheiros e a distribuição dos equipamentos nas áreas destinadas à cozinha e ao serviço. E é para essa edificação que corre a principal estrutura de canalização de água, sendo daí distribuída para as demais edificações.
Apresentando amplas aberturas e poucos espaços fechados, possui três amplos acessos, sendo um deles voltados para a sede, outro para a direção onde se encontram as casas dos funcionários e, uma terceira, voltada para o grande pátio, passando por entre os dois blocos dos banheiros. Apesar de não apresentar grandes dimensões, é um edifício amplo com espaço agradável e suficiente para o que se propõe.
Também aqui o material utilizado segue uma padronização em relação aos demais, sendo a cobertura também em duas águas, com uso de telha plan.

casa de funcionários

O conjunto formado pelas edificações da fazenda Bacurilândia apresenta três construções dedicadas ao abrigo de funcionários, sendo duas delas com três quartos e uma com dois quartos.
Apresentam a mesma preocupação com a organização e com o planejamento, encontrados na edificação principal, sendo projetadas e construídas com materiais atuais, estando organizada internamente no sentido de melhor distribuição, organizando e setorizando os espaços, inclusive com a utilização de parede hidráulica, que favorece grande economia de material e racionalização no oferecimento de água e estruturação do escoamento tanto das águas servidas quanto do esgoto sanitário.
Essas edificações se apresentam organizadas em três blocos longitudinais, sendo dois internos e um externo. O externo é composto de um pequeno alpendre e, separado por uma parede de pé-direito total, um avarandado onde se encontra a área de serviços, além de espaço para trabalhos de apoio à cozinha. O bloco central é composto pela sala, banheiro e uma copa-cozinha. Aqui o acesso ao banheiro se faz através de um pequeno corredor de circulação que liga a sala à copa-cozinha. O terceiro bloco abriga os quartos que se abrem, um para a sala e um (ou dois, no caso da edificação maior) para a copa-cozinha.
Também no caso dessas edificações a padronização no material e nos elementos construtivos é uma garantia de barateamento sem perda de qualidade.


casa de arreios

Do lado direito de quem chega à fazenda Bacurilândia, estão situados os edifícios de depósitos e locais de trabalho. É aí que estão o curral, o tronco o corredor de vacinação, paio, depósitos e a casa de arreios, edifício que merece destaque entre os que se encontram em seu entorno.
Edifício extremamente simples em sua organização, apresenta um bloco dividido em três cômodos e um banheiro, com um amplo avarandado, rebatidos a partir de uma parede que, passando a ser central, serve de apoio à estrutura do telhado que, da mesma forma que nas demais edificações do conjunto, é em duas águas. Passa assim a ser organizado em um bloco central, ladeado por dois grandes avarandados.
Da mesma forma que os demais, os materiais utilizados são simples, industrializados, de fácil limpeza e manutenção, além de apresentarem uma padronização que, como já foi dito anteriormente, promove o seu barateamento sem prejuízo da qualidade construtiva.
A distribuição dos cômodos, com o banheiro situado na extremidade, mas em um posição mais centralizada, apesar de não utilizar uma parede hidráulica tem tanto o abastecimento de água quanto o escoamento de dejetos e água servida facilitados pela proximidades entre os dois, que se encontram alinhados, facilitando, economizando e promovendo a racionalização no uso de materiais.

domingo, 12 de setembro de 2010

patrimônio histórico XXV


Casa de Câmara e Cadeia de Pirenópolis

Datada de 1919, tendo sido iniciada em 1916, a Casa de Câmara e Cadeia de Pirenópolis contou, para sua construção, com donativos da população, já que havia pouca disponibilidade de recursos na municipalidade.
Ao se estudarem os edifícios oficiais em Goiás, é possível perceber a existência de três modelos básicos de Casa de Câmara, construídos ao longo dos séculos XVIII e XIX. O primeiro, o de maiores dimensões, seria aquele encontrado na cidade de Goiás, o único a ser construído em obediência a um projeto preestabelecido. O segundo seria o da cidade de Pilar de Goiás, considerado o menor exemplar em todo o território colonial. O terceiro, de dimensões intermediárias em relação aos outros, é o modelo mais freqüentemente encontrado em todo o estado.
Dentro desse terceiro grupo é que vamos encontrar a Casa de Câmara e Cadeia de Pirenópolis, construída, como já foi visto, em princípios do século XX, mas utilizando como base o edifício setecentista, demolido alguns anos antes.

detalhe decorativo no canto do beiral

Seguindo o modelo geral, esta edificação dispõe de dois pavimentos: o inferior destinado à prisão; e o superior, às atividades da Câmara. Como elemento original, destaca- se o acesso às celas feito por portas e não através de alçapão, como nas demais construídas até então.
Como construção de extrema sobriedade, esse edifício associa a simplicidade das demais casas de Câmara a uma elegância própria, o que é acentuado pela amplidão do espaço que se desenvolve à sua volta. Há, no segundo pavimento, janelas rasgadas por inteiro, detalhe incomum no estado de Goiás, em casas de Câmara do mesmo porte e pertencentes ao mesmo modelo estético que ela.
Há em sua elaboração uma estrutura autônoma de madeira, com vedação feita em adobe. A cobertura, em quatro águas de telha canal, confere a esse edifício uma aparência de arquitetura portuguesa, que é exatamente a que caracteriza a arquitetura oficial goiana do período colonial. Os beirais encachorrados de acabamento simples apresentam elementos decorativos nos cantos das paredes.
Apesar de ser tombado, o edifício tem sofrido, ao longo do tempo, algumas modificações provocadas por obras tanto não autorizadas quanto executadas sem orientação de técnicos especializados. A proteção desse monumento é feita

na esfera estadual:
Pela Lei 8.915, de 13 de outubro de 1980

terça-feira, 7 de setembro de 2010

arquitetura em Curitiba

Tendo em vista o tempo decorrido desde sua fundação até os dias atuais, a cidade de Curitiba apresenta um considerável acervo arquitetônico, digno de ser apresentado, principalmente pela forma como vem sendo preservado, ao longo dos anos.

ruína do que teria sido a igreja dos padres franciscanos

Desde as ruínas do convento franciscano, passando por exemplares das arquiteturas eclética, nouveau, déco e modernista (incluindo aí o Museu Oscar Niemeyer), como também pelas influências da colonização dos países do norte da Europa, a cidade se apresenta hoje como uma aula de arquitetura a céu aberto.

edifício neo-clássico da Universidade Federal do Paraná no centro histórico da cidade

palacete neo-clássico na área central da cidade

edifício nouveau de carater público, e

de uso residencial, ainda preservados como tal

Resguardando de forma setorizada seus principais monumentos na medida em que a cidade foi se expandindo, é possível observar hoje uma certa concentração de modelos arquitetônicos em bairros específicos da cidade, ficando o centro da cidade com a representatividade do ecletismo e suas variantes.
Para quem gosta de turismo arquitetônico, não tem erro.
edifício de apartamentos com características déco

o modernismo em edifício de uso público, e

residencial, com características próprias da produção dos anos 1950

e a arquitetura de madeira, tradicional da região.