segunda-feira, 2 de agosto de 2010

patrimônio histórico XXIV

ponte Epitácio Pessoa



Com o fim da Primeira Grande Guerra, esperava-se que a linha de ferro que estivera estacionada desde 1914 às margens do Rio Corumbá, na estação do Roncador, prosseguisse rumo à antiga capital de Goiás. Isto, porém, nunca chegou a acontecer.
Em 1922 foi construída a ponte metálica Epitácio Pessoa, importada da Suécia e montada no local. Entretanto, por um erro de cálculo, a estrutura adquirida não foi suficiente para cobrir o vão necessário e um novo módulo teve de ser improvisado, com dimensões inferiores às dos outros, calculados para tal.

Representando um importante momento para o desenvolvimento da rede ferroviária no estado de Goiás, essa ponte foi, durante muito tempo, utilizada tanto para a travessia do Rio Corumbá pelos comboios da ferrovia quanto por carros automotores, transformando-se em um ponto de cruzamento da ferrovia com a rodovia.
Com a desativação do transporte de passageiros na década de 1980 e a retificação da linha férrea, a ponte Epitácio Pessoa deixou de ser utilizada, sendo substituída por duas outras, uma para a ferrovia e outra para a rodovia, ambas construídas em concreto, um pouco abaixo daquela primeira.
Abandonada e em estado adiantado de degradação, a ponte Epitácio Pessoa foi tombada por iniciativa municipal em 1987, e pelo Estado em 1998. Estas medidas, contudo, não significaram sua recuperação; até o início de 2002 mantinha-se abandonada, sem seu piso de madeira e com a estrutura metálica em avançado processo de oxidação. A proteção desse monumento é feita

na esfera estadual:
pelo Decreto n° 4.943, de 31 de agosto de 1998

na esfera municipal:
pela Lei n° 26/87

5 comentários:

  1. E continua abandonada até hoje. Com a venda criminosa da Ponte Engenheiro Bethout (sobre o rio Paranaíba) e da ponte sobre o rio Veríssimo, essa é a última das grandes pontes da EFG que ainda existe. A nova ponte rodoviária foi construída uns oito anos depois da ponte ferroviária de concreto. Nesse meio tempo, a velha ponte de ferro era a única para a travessia rodoviária. Me lembro de quanto ela era estreita para a travessia de um simples automóvel.

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  2. o interessante era a cancela, que controlava o uso pela composição ferroviária e os automóveis...

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  3. Prezado Prof.Gustavo,

    Gostei muito do seu blog e seus textos. Procuro fazer um trabalho de divulgação do desprezo do patrimônio arquitetônico em São Paulo, mesmo não tendo formação e não sendo um especialista na área. Uma cidade com tanta grana e com políticos com pouca disposição em procurar sua preservação. Claro, isto com certeza não traz votos. (rs).

    Como existem coisas bacanas Brasil afora. Conheço pouco de Goiás.

    Estou linkando seu blog no meu Chega de Demolir S!P

    www.chega-de-demolir.blogspot.com

    Abraços

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  4. Hélio, é uma satisfação muito grande saber que existem pessoas preocupadas, escrevendo e denunciando essas questões. ainda acredito que fazendo barulho em grupo, alguma coisa pode mudar. um grande abraço

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  5. Acredito que o duplo tombamento histórico, municipal e estadual, da Ponte Epitácio Pessoa a salvou de seu extermínio cultural como aconteceu com sucateamento das demais pontes metálicas em nosso país. Não está bem-conservada, porém salva das voracidades especulativas dos ferros velhos. Mesmo assim, um dia a visitarei essa distante ponte que um dia marcou muitas gerações e o progresso do estado de Goiás.

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