sábado, 13 de novembro de 2010

arquitetura rural de Goiás XIII

fazenda Taquaral, na região do rio Corumbá

Construção de ampla volumetria, a sede da fazenda Taquaral apresenta já algumas alterações, tanto no que se refere ao programa tradicional próprio a esse tipo de edificação, quanto aos materiais e técnicas construtivas empregadas. O conjunto edificado faz parte de uma tradição, onde estão presentes, o paiol associado ao abrigo para o carro de bois, um pequeno engenho com dimensões que denunciam uma preocupação maior com a produção caseira que a de escala e o infalível curral estabelecido à frente da edificação.
Elemento que pôde ser observado em praticamente todas as sedes de fazenda dessa região, é o fato de a residência se abrir diretamente para dentro do curral, não havendo, como em outras regiões do estado, um pequeno cercado de proteção, onde, geralmente é estabelecido um pequeno jardim.

vista dos fundos da sede, mostrando as janelas da despensa

O descuido com a propriedade é tal, que não existe sequer um caminho definido de acesso ao edifício, ligando-o à estrada que passa a cerca de cem metros da porteira do curral.
Nesse caso, tanto a técnica construtiva quanto os materiais utilizados já apresentam alterações, podendo ser encontrados nas paredes tanto o adobe quanto o tijolo queimado, a telha francesa em substituição à tradicional capa-e-bica, e o piso em cimento queimado, em toda a edificação, provavelmente substituindo o tradicional piso de tabuado corrido. No entanto, tanto a estrutura em madeira e o pontalete fazendo a sustentação do telhado, permanecem inalterados.

Organização interna

O que diferencia a organização interna desse edifício dos demais analisados, tanto na margem direita quanto esquerda do rio Corumbá, está mais condicionado às suas dimensões do que a qualquer outra determinante.
O acesso é feito diretamente à sala de visitas, que apresenta além da porta principal, outra, voltada para a fachada lateral direita, sem sentido prático, já que desse lado, em decorrência do desnível do terreno, fica difícil a comunicação com o restante das áreas de trabalho. E, mesmo assim, a proximidade com a porta principal praticamente inviabiliza o uso desta.

escada com degraus triangulares, atendendo às portas da varanda e cozinha

Situado em posição central em relação à planta e à fachada, encontra-se o quarto de hóspedes, que no geral é sempre localizado em um dos extremos da edificação. Em faixa imediatamente posterior, encontra-se a varanda, para onde se abrem a sala e mais três quartos, sendo um localizado na faixa frontal e os outros dois em posição lateral. Se comparado ao programa das demais edificações, um dos quartos aqui detalhados poderia ser entendido como uma divisão da varanda, já que, na outra extremidade, com dimensões menores, está o quarto de costuras, ou o que deveria ser entendido como tal.

estrutura de cobertura da cozinha, mostrando o pontalete e telhas francesas

Sem apresentar desnível, da varanda passa-se à cozinha, de amplas dimensões e, a seguir se encontra a despensa que, pela largura da edificação, pôde ser dividida em duas, com acessos independentes, abrindo-se diretamente para a cozinha.
Para o quintal, duas são as aberturas de acesso, sendo uma pela cozinha e outra pela varanda. Em decorrência do desnível do terreno, uma escada com cinco degraus de forma, dimensões e alturas diferentes, serve às duas portas que se abrem por essr lado da edificação.

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