Em 1549, vem para a colônia o
primeiro grupo de padres da Companhia de Jesus, comandados por Manoel da
Nóbrega, com o intuito de colaborar na ocupação e colonização do novo
território. Tal colaboração, já definida previamente, deveria ter seu enfoque
centrado principalmente na educação, dividida, em decorrência das
circunstâncias impostas pela situação da nova colônia, em três pontos
principais: a catequese, para os nativos; a educação formal, para os filhos dos
colonos; e a formação de novos sacerdotes, criando, assim, os primeiros
seminários do novo mundo português.
Segundo John Bury (1991, p. 43),
A conseqüência lógica do duplo papel dos membros da
Companhia de Jesus no Brasil como missionários e como professores foi que,
movidos pela necessidade, eles acabaram por se tornar os mais empreendedores
entre os primeiros construtores da colônia e, em virtude de seu prestígio e
suas habilidades, os principais expoentes do desenvolvimento da arte e da
arquitetura brasileira, durante os dois primeiros séculos da colonização,
o que levou Lúcio Costa, em seu artigo “A
arquitetura jesuítica no Brasil”, a afirmar que “as obras dos jesuítas, ou pelo
menos grande parte delas, apresentam o que temos de mais antigo”, além de
representarem, “as composições mais renascentistas, mais moderadas, regulares e
frias, ainda imbuídas do espírito severo da Contra-Reforma”.
Edifício das Missões Jesuíticas no sul do país.
Próximos a esses edifícios em
severidade e formalismo, podem ser encontrados aqueles representantes da
arquitetura oficial, também com características marcadamente maneiristas.
Caminho diverso, entretanto, segue
a arquitetura característica das nossas primeiras residências. Os edifícios
residenciais do Brasil, durante o período colonial, desenvolvem-se segundo as
características próprias da arquitetura popular portuguesa, notadamente aquela
produzida nas regiões onde a influência moura mais se destacou. São métodos e
técnicas construtivas que denotam não só uma cultura, mas também um modo de
organização social próprio dos povos ibéricos que viveram sob o domínio dos
árabes.
Arquitetura residencial de caráter tradicional na cidade de Goiás
Temos, portanto, que, em todos os
aspectos, a arquitetura produzida no Brasil, dos primeiros séculos se apresenta
menos como arquitetura brasileira do que como uma arquitetura que reflete tudo
que os portugueses desenvolveram em seu próprio território.
muito boa a resposta obrigado
ResponderExcluir