domingo, 22 de fevereiro de 2015

A arquitetura portuguesa no Brasil


 Com o descobrimento do Brasil, e com o posterior interesse da Coroa portuguesa em sua exploração, várias foram as formas de ocupação buscadas.
Em 1549, vem para a colônia o primeiro grupo de padres da Companhia de Jesus, comandados por Manoel da Nóbrega, com o intuito de colaborar na ocupação e colonização do novo território. Tal colaboração, já definida previamente, deveria ter seu enfoque centrado principalmente na educação, dividida, em decorrência das circunstâncias impostas pela situação da nova colônia, em três pontos principais: a catequese, para os nativos; a educação formal, para os filhos dos colonos; e a formação de novos sacerdotes, criando, assim, os primeiros seminários do novo mundo português.
Segundo John Bury (1991, p. 43),

A conseqüência lógica do duplo papel dos membros da Companhia de Jesus no Brasil como missionários e como professores foi que, movidos pela necessidade, eles acabaram por se tornar os mais empreendedores entre os primeiros construtores da colônia e, em virtude de seu prestígio e suas habilidades, os principais expoentes do desenvolvimento da arte e da arquitetura brasileira, durante os dois primeiros séculos da colonização,

o que levou Lúcio Costa, em seu artigo “A arquitetura jesuítica no Brasil”, a afirmar que “as obras dos jesuítas, ou pelo menos grande parte delas, apresentam o que temos de mais antigo”, além de representarem, “as composições mais renascentistas, mais moderadas, regulares e frias, ainda imbuídas do espírito severo da Contra-Reforma”.
Edifício das Missões Jesuíticas no sul do país.
Próximos a esses edifícios em severidade e formalismo, podem ser encontrados aqueles representantes da arquitetura oficial, também com características marcadamente maneiristas.
Caminho diverso, entretanto, segue a arquitetura característica das nossas primeiras residências. Os edifícios residenciais do Brasil, durante o período colonial, desenvolvem-se segundo as características próprias da arquitetura popular portuguesa, notadamente aquela produzida nas regiões onde a influência moura mais se destacou. São métodos e técnicas construtivas que denotam não só uma cultura, mas também um modo de organização social próprio dos povos ibéricos que viveram sob o domínio dos árabes.
Arquitetura residencial de caráter tradicional na cidade de Goiás

Temos, portanto, que, em todos os aspectos, a arquitetura produzida no Brasil, dos primeiros séculos se apresenta menos como arquitetura brasileira do que como uma arquitetura que reflete tudo que os portugueses desenvolveram em seu próprio território.

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