domingo, 7 de março de 2010

patrimônio histórico XVIII

Casa Setecentista da cidade de Pilar de Goiás

O esgotamento das lavras de ouro na cidade de Pilar provocou, como na maioria dos aglomerados surgidos em função das descobertas auríferas, uma diminuição considerável no número de habitantes, levando-a quase à extinção. Desapareceram seus antigos sobrados, demoliram suas igrejas, quase nada restando da antiga opulência, da fartura e da riqueza antes existente.
Um dos edifícios remanescentes desse período, capaz de atestar em seus detalhes construtivos a imponência e o poder de seus antigos proprietários, é a chamada Casa Setecentista, situada na Rua da Cadeia. As rótulas de suas janelas são mantidas ainda hoje em um quase perfeito estado de conservação. Construída em adobe e pedra, essa edificação, apesar da conformação tradicional das residências do século XVIII em Goiás, com o corpo principal utilizando toda a largura do terreno e com um puxado destinado à área de serviços, dispõe, no entanto, de uma organização interna bastante diferenciada.

janelas de rótula, na casa setencista da cidade de Pilar de Goiás

Há na fachada duas portas e três janelas, sendo as portas com sobreverga de madeira trabalhada e as janelas cobertas com rótulas de treliça, de acabamento primoroso.
Os três cômodos que compõem a fachada são salas; duas delas apresentam forro em gamela, decorado com pinturas. Há inclusive em uma delas decoração também na parte interna das portas. Quartos e alcovas abrem-se para a varanda, que é a área da casa mais bem-iluminada e ventilada, em decorrência das três amplas janelas que dão para o quintal. A parte social liga-se com a varanda através de um pequeno vestíbulo, que, ao que parece, deve ter possuído o mesmo requinte de acabamento que as salas.

vista lateral das janelas de rótula

Na parte de serviços, um amplo depósito para mantimentos, dois cômodos servindo de cozinha e mais um quarto ligam-se com o restante da edificação através de um corredor, aberto também para o quintal, o que de certa forma facilita tanto a ventilação quanto a iluminação dessa parte da residência. O piso é feito em tabuado largo na parte principal da casa e em mezanela na parte de serviços, com uma estreita calçada de pedras, na parte do quintal, acompanhando as paredes do edifício.
Tombado, adquirido e restaurado pelo Patrimônio Histórico Nacional, esse edifício sedia hoje o Museu da Casa Setecentista, com acervo ligado à história da região. A proteção desse monumento é feita

na esfera federal:
Processo 427-T-50
Inscrição 414, Livro das Belas Artes, fls. 79
Inscrição 302, Livro Histórico, fls. 51
Com data de 20 de março de 1954

na esfera estadual:
Pela Lei 8.915, de 13 de outubro de 1980

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