IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE PAULA
Fachada principal da igreja de S. Francisco de Paula
Construída
em 1761, a igreja de São Francisco de Paula apresenta as características comuns
ao geral dos edifícios religiosos da antiga capital da Capitania de Goiás. sua
fachada apresenta o tradicional corpo central e as janelas do coro limitadas
por molduras de massa em relevo, além de apresentar, nessas janelas, parapeito
entalado com balaústre de madeira recortada.
Compondo
o conjunto da fachada, dois corpos laterais simétricos são formados
internamente por duas salas cada um, apresentando acessos independentes da
entrada principal, além de possuírem proporções que destacam mais ainda aquela.
Sobre essa portas secundárias podem ser vistos, do lado do Evangelho, uma
pequena janela que, segundo a tradição, serviria para deixar entrar o som dos
sinos no templo. Do lado da Epístola, que possui o telhado mais baixo, a falta
da janela foi até pouco tempo suprida pela colocação de um emoldurado de massa
nas mesmas medidas daquele que contorna a janela existente no lado oposto da
fachada, o que constituía um elemento falso, mas de uso corrente, tendo a
finalidade de manter o equilíbrio e proporções entre formas e medidas dos elementos
decorativos, princípio básico da origem ou influência maneirista que tiveram
tais edifícios.
O
equilíbrio pode ser observado ainda na colocação simétrica das colunas coroadas
por pináculos, nos limites do conjunto e na definição do corpo central, limitado
ainda na fachada, na linha superior do frontão, por uma cimalha que esconde
frontalmente o telhado. encerrando a composição, um óculo centralizado no
frontão triangular simples marca uma das características principais desse tipo
de construção.
Situada
em um terreno rochoso, em um plano elevado em relação à via pública, seu acesso
é feito através de duas escadarias de pedras, guarnecidas de muros, que se
encontram em um amplo adro, com cruzeiro ao centro, tendo a um lado a estrutura
de madeira que serve de sustentação para os sinos.
estrutura de madeira para o sino
Essa
é uma das duas únicas igrejas de Vila Boa a apresentar pintura no teto, sendo,
entre elas, a única a possuir pintura também no forro da capela-mor. São
pinturas evocando trechos da vida de São Francisco de Paula e foram executadas
por André Antônio da Conceição, sendo a imagem do padroeiro atribuída ao
escultor meiapontense José Joaquim da Veiga Valle. Possui ainda uma imagem do
Senhor dos Passos, que segundo a tradição teria vindo da Bahia, sendo na
capital goiana, encarnada pelo escultor Veiga Valle, já na segunda metade do
século XIX (SALGUEIRO: 1983, p. 268).
Capela-Mor, mostrando a pintura no teto.
A
planta, apesar de extremamente simples, apresenta um número de divisões maior
que o de vários outros templos da cidade, possuindo duas salas com uso
definido, sendo uma, a sacristia, onde se encontram basicamente, a cômoda para
os paramentos e objetos de liturgia, e um pequeno lavabo, em pedra, com
detalhes em relevo, para abluções e limpeza dos vasos sagrados. A outra sala,
utilizada como consistório pela Irmandade do Senhor dos Passos que, por sinal,
é a única ainda existente na cidade, tendo se transferido para essa igreja em
1863, por se encontrar arruinada a Catedral de Sant’Anna, onde se encontrava
sediada. Duas outras salas, utilizadas como depósitos, compõem o conjunto,
sendo que a do lado da Epístola dá acesso ao púlpito, ficando na sala do lado
do Evangelho a escada que conduz ao coro.
Essa
igreja possui um dos mais bem talhados arcos cruzeiros, além de um belo
trabalho de decoração no coroamento das vergas das portas internas e do
púlpito.
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