Prospecto de Villa Boa tomada da parte sul para norte no anno de 1751
Apesar de não haver uma numeração ou ordem estabelecida para esses desenhos, o fato de ser este o único a enfocar o lado norte da Vila, leva a que seja o primeiro a ser estudado. Constitui-se como os demais, de um retângulo com margem dupla, apresentando na parte superior a legenda, em posição intermediária o contorno do Morro do Cantagalo e, na parte inferior, a massa de construções representativas da ocupação do antigo Arraial de Sant’Anna, situado entre os largos da Matriz, onde se posta o observador, e o do Rosário, cuja igreja se destaca ao fundo.
Elaborado cerca de vinte e cinco anos após o estabelecimento dos primeiros mineradores e doze, da fundação da Vila, apresenta, se comparado aos outros dois desenhos, e contrariando a legislação em vigor, o local de maior concentração de edificações da capital goiana à época.
Apesar de não corresponder ao que se conhece da fachada da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, o desenho imprime certa monumentalidade a esse edifício religioso, fazendo com que se destaque entre os demais. Apresenta três portas desproporcionais, com três pequenas janelas, quadradas e fora de alinhamento. Na parte superior da torre, duas outras janelas com verga em arco.
Convém observar que nesse ano de 1751, existiam em Vila Boa apenas quatro igrejas, sendo as maiores, a da Matriz e essa do Rosário, além das pequenas Nossa Senhora da Lapa, aqui referenciada como “capelinha”, e a antiga de Nossa Senhora da Boa Morte, no Largo da Câmara e Cadeia. Das duas menores, a primeira, desaparecida em uma enchente, no século XIX e a segunda, demolida quando da transferência de sua Irmandade para a nova Igreja da Boa Morte, no Largo da Matriz, por volta de 1779.
Pertenciam tais igrejas aos brancos a Matriz, aos pretos a do Rosário, aos mercadores a de N. S. da Lapa e aos pardos a de N. S. da Boa Morte, mostrando assim, já em 1751, a estratificação social existente na Vila. Acrescenta-se à representação da Igreja a colocação de um cruzeiro no Largo à sua frente.
Apesar de não haver uma numeração ou ordem estabelecida para esses desenhos, o fato de ser este o único a enfocar o lado norte da Vila, leva a que seja o primeiro a ser estudado. Constitui-se como os demais, de um retângulo com margem dupla, apresentando na parte superior a legenda, em posição intermediária o contorno do Morro do Cantagalo e, na parte inferior, a massa de construções representativas da ocupação do antigo Arraial de Sant’Anna, situado entre os largos da Matriz, onde se posta o observador, e o do Rosário, cuja igreja se destaca ao fundo.
Elaborado cerca de vinte e cinco anos após o estabelecimento dos primeiros mineradores e doze, da fundação da Vila, apresenta, se comparado aos outros dois desenhos, e contrariando a legislação em vigor, o local de maior concentração de edificações da capital goiana à época.
Apesar de não corresponder ao que se conhece da fachada da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, o desenho imprime certa monumentalidade a esse edifício religioso, fazendo com que se destaque entre os demais. Apresenta três portas desproporcionais, com três pequenas janelas, quadradas e fora de alinhamento. Na parte superior da torre, duas outras janelas com verga em arco.
Convém observar que nesse ano de 1751, existiam em Vila Boa apenas quatro igrejas, sendo as maiores, a da Matriz e essa do Rosário, além das pequenas Nossa Senhora da Lapa, aqui referenciada como “capelinha”, e a antiga de Nossa Senhora da Boa Morte, no Largo da Câmara e Cadeia. Das duas menores, a primeira, desaparecida em uma enchente, no século XIX e a segunda, demolida quando da transferência de sua Irmandade para a nova Igreja da Boa Morte, no Largo da Matriz, por volta de 1779.
Pertenciam tais igrejas aos brancos a Matriz, aos pretos a do Rosário, aos mercadores a de N. S. da Lapa e aos pardos a de N. S. da Boa Morte, mostrando assim, já em 1751, a estratificação social existente na Vila. Acrescenta-se à representação da Igreja a colocação de um cruzeiro no Largo à sua frente.
O número dois da legenda, apresenta uma curiosidade quando dá a informação de ser a edificação ao lado da Igreja de N. S. do Rosário, as cazas onde mora o Capitão dos Dragões. Tal edificação, hoje utilizada como convento pelos padres da Ordem de São Domingos, encontra-se na confluência da Rua da Cambaúba com o Largo do Rosário, região situada na entrada da cidade e, que se sabe, era à época habitada por negros forros, soldados e casais de pardos, sendo a Rua da Cambaúba, originariamente trecho da estrada e local onde se estabeleceram os primeiros barracões para alojamento dos escravos, trabalhadores nas lavras do Rio Vermelho. Assim, sendo o posto de Capitão dos Dragões um posto de relevância dentro da comunidade colonial, era de se imaginar que estivesse o mesmo estabelecido, senão no Largo da Matriz, junto com os principais da política e da administração, pelo menos em região mais próxima aos quartéis, ou seja, no Largo do Chafariz ou na Rua do Médico, posteriormente Rua do Horto e, atualmente Rua Felix de Bulhões.
O número três da legenda, apresenta a torre da capela de N. S. da Lapa, perdida entre o casario, apesar de, pelo ângulo do observador, estar em desvantagem gráfica. Era de se esperar um destaque maior.
O restante da legenda refere-se às casas de residências voltadas para o Largo da Matriz, iniciando-se pela do Capitão-Mor. Seguem-se as do fiscal da intendência, nomeado Antonio Luiz Lxª., seguido do ferrador da tropa; de João Lopes Zedes; do escrivão da ouvidoria; de Manoel de Souza Oliveyra; de Diogo Lopes Fogaça – posteriormente vendida à Coroa para instalação da Real Fazenda –; e do capitão Francisco Ferreyra Pinto. Aparece ainda a referência à Rua Direita do Negócio.
Observa-se que, a exceção da casa do fiscal da intendência, todas as outras indicadas pela legenda, apresentam janelas vedadas com rótulas, o que, no conjunto, representa uma certa preocupação estética, que acaba por valorizar a edificação. Grande número desse tipo de janela ainda se podia ver na cidade, por volta da terceira década do século XIX, quando da passagem do inglês John W. Burchell.
O número três da legenda, apresenta a torre da capela de N. S. da Lapa, perdida entre o casario, apesar de, pelo ângulo do observador, estar em desvantagem gráfica. Era de se esperar um destaque maior.
O restante da legenda refere-se às casas de residências voltadas para o Largo da Matriz, iniciando-se pela do Capitão-Mor. Seguem-se as do fiscal da intendência, nomeado Antonio Luiz Lxª., seguido do ferrador da tropa; de João Lopes Zedes; do escrivão da ouvidoria; de Manoel de Souza Oliveyra; de Diogo Lopes Fogaça – posteriormente vendida à Coroa para instalação da Real Fazenda –; e do capitão Francisco Ferreyra Pinto. Aparece ainda a referência à Rua Direita do Negócio.
Observa-se que, a exceção da casa do fiscal da intendência, todas as outras indicadas pela legenda, apresentam janelas vedadas com rótulas, o que, no conjunto, representa uma certa preocupação estética, que acaba por valorizar a edificação. Grande número desse tipo de janela ainda se podia ver na cidade, por volta da terceira década do século XIX, quando da passagem do inglês John W. Burchell.
desenho de Burchell mostrando janelas de rótulas no Largo da Matriz, em Vila Boa
É possível perceber também outra característica das construções em Vila Boa, que é o fato de duas ou mais edificações estarem sob um mesmo pano de cobertura. Isso aparece representado pelas casas quatro e seis, respectivamente do Capitão-Mor e do ferrador da tropa.
Fundamentalmente, esse desenho mostra a forma de ocupação urbana da capital goiana, doze anos depois da instalação da Vila. A intensa aglomeração fora do espaço definido pelo governador paulista, com as principais pessoas da administração, funcionários públicos e oficiais do exército morando ainda no território do arraial, onde o próprio governador estabeleceu seu palácio, em prejuízo do largo principal, demarcado para sediar o novo poder.
Nenhum comentário:
Postar um comentário