Implantada em um terreno de 3.000 metros quadrados, a escola Soares Pereira foi construída no bairro do Andaraí Pequeno (atual Maracanã), na confluência da Rua Pinto Guedes e Av. Maracanã. De acordo com o jornal O GLOBO de 21 de março de 1927, foi escolhido entre vários projetos apresentados e teve como responsável pela construção, o próprio autor do projeto, o professor da Escola Mackenzie, José Amaral Neddermeyer.
Utilizando os estilemas próprios do neocolonial, esse edifício está organizado com planta em “V”, que foi a melhor forma de implantação, levando-se em conta a conformação irregular do terreno.
detalhe de um dos módulos da fachada lateral
Ainda de acordo com o mesmo jornal, o edifício apresenta “as salas de aula ao longo das alas lateraes, communicando-se entre si por um corredor aberto para um recreio central”, o que, Ferreira (1998, p. 22) diz ser um dos símbolos de mudança e modernidade apresentados pelos projetos escolares das décadas iniciais do século XX, oficializados, no estado de São Paulo, basicamente no decorrer da década de 1930. Segundo essa autora,
Prestes Maia elabora um intenso estudo sobre a orientação dos prédios que norteia os projetos de escolas públicas. De acordo com os estudos de Prestes Maia, um dos fatores que passam a definir o partido de implantação do prédio é a boa orientação das salas de aula. Com isso, o edifício deixa de ser um volume compacto, de salas de aula dispostas com circulação central, para se caracterizar por uma planta estruturada por eixos ortogonais onde a circulação possui salas em apenas um de seus lados.
É interessante observar que, mesmo utilizando na composição das fachadas os elementos próprios do neocolonial, estilo arquitetônico que praticamente caracterizava as principais edificações no decorrer da década de 1920, a forma de implantação escolhida por Neddermeyer já prenuncia o discurso modernista que viria se implantar de vez na arquitetura brasileira, basicamente, apenas na década seguinte. A utilização do corredor lateral, com salas de apenas um dos lados, estando o outro aberto para o pátio, o acesso situado no ponto de convergência dos dois blocos de salas, criando uma interessante vista em perspectiva, sem perder, no entanto a preocupação de hierarquização dos planos, do equilíbrio e das proporções entre cheios e vazios, além da movimentação produzida pelos volumes e relevos que são preocupações comuns ao desenvolvimento dos conceitos modernos de projetar.
vista do pátio interno para onde se abre todo o edifício
Ao comentar este edifício, Czajkowski (2000, p. 79), diz que seu projeto “apresenta especial interesse no pequeno acesso avarandado, valorizado por seis colunas toscanas lisas de granito e frontão ondulado”, além de estar inteiramente integrada aos edifícios residenciais de seu entorno, em decorrência da forma como foram organizados o “porte, proporções alongadas e a repetição ritmada das envasaduras”. o arquiteto José A. Neddermeyer e o mestre de obras Pedro Rivera
Interessante descrição do edifício foi feita pelo jornal O GLOBO, dizendo que seu acesso
Consta de um pórtico todo de cantaria com seis columnas e duas pilastras lateraes supportando vasos, no coroamento um frontão característico colonial, decorado com legítimos azulejos.
A porta de entraa, verdadeira peça monumental, é emoldurada por uma cantaria de fino desenho e tem suas folhas de vinhático, e armadas de um trabalhoso gradil de ferro.
As suas fachadas lateraes são cortadas por dous corpos salientes, ladeadas de pilastras de cantaria lavrada, ligadas no alto, por frontões curvos, que são decorados por cartuchos com antigos azulejos e volutas.
Em decorrência da proximidade do córrego Maracanã, que dividia o terreno da escola em dois, e da intenção do governo à época, de canalizá-lo, não foi o projeto executado em sua íntegra, o que deveria ocorrer assim que fosse desviado o leito do córrego. Entretanto, tal ampliação nunca chegou a se concretizar, tendo o edifício passado, ao longo do tempo, por várias reformas e alterações sem, no entanto, ser concluído na íntegra.
Utilizando os estilemas próprios do neocolonial, esse edifício está organizado com planta em “V”, que foi a melhor forma de implantação, levando-se em conta a conformação irregular do terreno.
detalhe de um dos módulos da fachada lateral
Ainda de acordo com o mesmo jornal, o edifício apresenta “as salas de aula ao longo das alas lateraes, communicando-se entre si por um corredor aberto para um recreio central”, o que, Ferreira (1998, p. 22) diz ser um dos símbolos de mudança e modernidade apresentados pelos projetos escolares das décadas iniciais do século XX, oficializados, no estado de São Paulo, basicamente no decorrer da década de 1930. Segundo essa autora,
Prestes Maia elabora um intenso estudo sobre a orientação dos prédios que norteia os projetos de escolas públicas. De acordo com os estudos de Prestes Maia, um dos fatores que passam a definir o partido de implantação do prédio é a boa orientação das salas de aula. Com isso, o edifício deixa de ser um volume compacto, de salas de aula dispostas com circulação central, para se caracterizar por uma planta estruturada por eixos ortogonais onde a circulação possui salas em apenas um de seus lados.
É interessante observar que, mesmo utilizando na composição das fachadas os elementos próprios do neocolonial, estilo arquitetônico que praticamente caracterizava as principais edificações no decorrer da década de 1920, a forma de implantação escolhida por Neddermeyer já prenuncia o discurso modernista que viria se implantar de vez na arquitetura brasileira, basicamente, apenas na década seguinte. A utilização do corredor lateral, com salas de apenas um dos lados, estando o outro aberto para o pátio, o acesso situado no ponto de convergência dos dois blocos de salas, criando uma interessante vista em perspectiva, sem perder, no entanto a preocupação de hierarquização dos planos, do equilíbrio e das proporções entre cheios e vazios, além da movimentação produzida pelos volumes e relevos que são preocupações comuns ao desenvolvimento dos conceitos modernos de projetar.
vista do pátio interno para onde se abre todo o edifício
Ao comentar este edifício, Czajkowski (2000, p. 79), diz que seu projeto “apresenta especial interesse no pequeno acesso avarandado, valorizado por seis colunas toscanas lisas de granito e frontão ondulado”, além de estar inteiramente integrada aos edifícios residenciais de seu entorno, em decorrência da forma como foram organizados o “porte, proporções alongadas e a repetição ritmada das envasaduras”.
Interessante descrição do edifício foi feita pelo jornal O GLOBO, dizendo que seu acesso
Consta de um pórtico todo de cantaria com seis columnas e duas pilastras lateraes supportando vasos, no coroamento um frontão característico colonial, decorado com legítimos azulejos.
A porta de entraa, verdadeira peça monumental, é emoldurada por uma cantaria de fino desenho e tem suas folhas de vinhático, e armadas de um trabalhoso gradil de ferro.
As suas fachadas lateraes são cortadas por dous corpos salientes, ladeadas de pilastras de cantaria lavrada, ligadas no alto, por frontões curvos, que são decorados por cartuchos com antigos azulejos e volutas.
Em decorrência da proximidade do córrego Maracanã, que dividia o terreno da escola em dois, e da intenção do governo à época, de canalizá-lo, não foi o projeto executado em sua íntegra, o que deveria ocorrer assim que fosse desviado o leito do córrego. Entretanto, tal ampliação nunca chegou a se concretizar, tendo o edifício passado, ao longo do tempo, por várias reformas e alterações sem, no entanto, ser concluído na íntegra.
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