Instalada no Brasil desde o ano de 1877, a Sociedade Bíblica Americana, ao completar cem anos de existência considerou de grande importância para seus trabalhos em território brasileiro, a construção de uma sede própria, que deveria, segundo seus representantes no país, ser construída na capital federal, cidade do Rio de Janeiro.
De acordo com material publicitário da época, a direção geral da Sociedade autorizou a compra de um terreno, e, para a construção foi organizado um concurso de projetos, sendo escolhido pela comissão julgadora organizada pela Prefeitura do Distrito Federal, aquele apresentado por José Amaral Neddermeyer. Ainda segundo o material publicitário da Sociedade Bíblica,
Por uma circumstancia especial foi adquirido um lote de 19 metros de frente com 17 metros de fundos sito à Rua VII, nos terrenos da Esplanada do Castello. A escriptura da compra foi assignada aos 3 de julho de 1931. realizou-se a cerimônia de abrir a terra para iniciar a obra da construcção do edifício aos 16 de fevereiro de 1932. em 11 de janeiro de 1933 a Companhia constructora entregou o edifício com o respectivo “habite-se” das autoridades municipaes e em 16 de fevereiro, justamente o primeiro anniversário da cerimônia do início da obra, realizou-se a inauguração official.
Apesar de apresentar uma série de referências ecléticas – notadamente vinculadas à decoração neogótica – e da informação do material publicitário dizendo ser um projeto de estilo gótico, são claras as linhas e tendências modernas expressas pelo projeto ganhador do concurso. Começam a surgir nos projetos de Neddermeyer, os elementos arquitetônicos próprios do Art Déco que vão marcar a quase que totalidade de sua produção após sua transferência para a capital de Goiás, já na segunda metade da década de 1930. Tais elementos comparecem nos dois estudos selecionados por ele para o concurso, apesar de só haver apresentado um deles.
o edifíco em construção mostrando seu entorno ainda desocupado.
As linhas retas, o equilíbrio de formas, o escalonamento de volumes e jogo entre cheio e vazio indicam as novas preocupações que começam a instigar o arquiteto no desenvolvimento de sua obra. Não é ainda um projeto desenvolvido dentro dos conceitos próprios dessa modernidade que começa a se impor, mas fica claro o interesse do arquiteto por tais estilemas, principalmente quando se observa a forma como foram elaborados os estudos – não apresentados – para a fachada principal, assim como para os detalhes de vidros, ferragem artística e relevo em massa apostos ao parapeito superior do edifício.
detalhe da fachada, onde ainda se interpõem elementos ecléticos e art déco
modelo de luminária desenvolvido para o hall de entrada
A fachada posterior, organizada em dois blocos, e onde os elementos decorativos são menos explícitos, o caráter moderno se faz ainda mais presente.
Provavelmente, por exigência da Sociedade Bíblica, alguns elementos decorativos de caráter simbólico-religioso foram aplicados na fachada do edifício. De acordo com o material publicitário publicado à época,
Na parte mais alta há um emblema que fica iluminado á noite e póde ser visto de longe. Mais abaixo vê-se um livro aberto, representando os dez mandamentos. Vem depois o sinete, cuja forma redonda representa o globo terrestre; a Bíblia aberta que se vê no meio traz os dizeres: “Examinae as Escripturas”: a lâmpada significa que este livro é a luz do mundo. Vê-se depois os quatro symbolos escolhidos da arte religiosa histórica, que são, da esquerda para a direita: 1°) um homem com a Bíblia aberta na mão, representando o Apostolo São Matheus, 2°) um leão representando o Apóstolo São Marcos, 3°) um touro, representando o Apostolo São Lucas e 4°) uma águia, representando o Apostolo São João,
O que, no geral dá o caráter neogótico com que se apresenta a decoração encontrada na fachada principal do edifício.
O que de percebe diferenciando os dois estudos elaborados por Neddermeyer é o fato de aparecerem no segundo, o que concorreu e ganhou o concurso, a aplicação de elementos decorativos de caráter historicista, com o uso de arco coroando a porta principal de acesso, além da colocação de luminárias de desenho estilizado compondo a moldura dessa mesma porta, o que não aparece no primeiro estudo, de caráter mais moderno.
O vestíbulo apresenta uma série de arcos semi-ogivais com detalhes decorativos reproduzindo elementos utilizados no desenho das luminárias, sendo estas, em conjunto com as encontradas na parte externa do edifício, desenhadas e detalhadas como parte integrante do projeto.
projeto apresentado por Rafael Galvão.
De acordo com material publicitário da época, a direção geral da Sociedade autorizou a compra de um terreno, e, para a construção foi organizado um concurso de projetos, sendo escolhido pela comissão julgadora organizada pela Prefeitura do Distrito Federal, aquele apresentado por José Amaral Neddermeyer. Ainda segundo o material publicitário da Sociedade Bíblica,
Por uma circumstancia especial foi adquirido um lote de 19 metros de frente com 17 metros de fundos sito à Rua VII, nos terrenos da Esplanada do Castello. A escriptura da compra foi assignada aos 3 de julho de 1931. realizou-se a cerimônia de abrir a terra para iniciar a obra da construcção do edifício aos 16 de fevereiro de 1932. em 11 de janeiro de 1933 a Companhia constructora entregou o edifício com o respectivo “habite-se” das autoridades municipaes e em 16 de fevereiro, justamente o primeiro anniversário da cerimônia do início da obra, realizou-se a inauguração official.
Apesar de apresentar uma série de referências ecléticas – notadamente vinculadas à decoração neogótica – e da informação do material publicitário dizendo ser um projeto de estilo gótico, são claras as linhas e tendências modernas expressas pelo projeto ganhador do concurso. Começam a surgir nos projetos de Neddermeyer, os elementos arquitetônicos próprios do Art Déco que vão marcar a quase que totalidade de sua produção após sua transferência para a capital de Goiás, já na segunda metade da década de 1930. Tais elementos comparecem nos dois estudos selecionados por ele para o concurso, apesar de só haver apresentado um deles.
o edifíco em construção mostrando seu entorno ainda desocupado.
As linhas retas, o equilíbrio de formas, o escalonamento de volumes e jogo entre cheio e vazio indicam as novas preocupações que começam a instigar o arquiteto no desenvolvimento de sua obra. Não é ainda um projeto desenvolvido dentro dos conceitos próprios dessa modernidade que começa a se impor, mas fica claro o interesse do arquiteto por tais estilemas, principalmente quando se observa a forma como foram elaborados os estudos – não apresentados – para a fachada principal, assim como para os detalhes de vidros, ferragem artística e relevo em massa apostos ao parapeito superior do edifício.
detalhe da fachada, onde ainda se interpõem elementos ecléticos e art déco
modelo de luminária desenvolvido para o hall de entrada
A fachada posterior, organizada em dois blocos, e onde os elementos decorativos são menos explícitos, o caráter moderno se faz ainda mais presente.
Provavelmente, por exigência da Sociedade Bíblica, alguns elementos decorativos de caráter simbólico-religioso foram aplicados na fachada do edifício. De acordo com o material publicitário publicado à época,
Na parte mais alta há um emblema que fica iluminado á noite e póde ser visto de longe. Mais abaixo vê-se um livro aberto, representando os dez mandamentos. Vem depois o sinete, cuja forma redonda representa o globo terrestre; a Bíblia aberta que se vê no meio traz os dizeres: “Examinae as Escripturas”: a lâmpada significa que este livro é a luz do mundo. Vê-se depois os quatro symbolos escolhidos da arte religiosa histórica, que são, da esquerda para a direita: 1°) um homem com a Bíblia aberta na mão, representando o Apostolo São Matheus, 2°) um leão representando o Apóstolo São Marcos, 3°) um touro, representando o Apostolo São Lucas e 4°) uma águia, representando o Apostolo São João,
O que, no geral dá o caráter neogótico com que se apresenta a decoração encontrada na fachada principal do edifício.
O que de percebe diferenciando os dois estudos elaborados por Neddermeyer é o fato de aparecerem no segundo, o que concorreu e ganhou o concurso, a aplicação de elementos decorativos de caráter historicista, com o uso de arco coroando a porta principal de acesso, além da colocação de luminárias de desenho estilizado compondo a moldura dessa mesma porta, o que não aparece no primeiro estudo, de caráter mais moderno.
O vestíbulo apresenta uma série de arcos semi-ogivais com detalhes decorativos reproduzindo elementos utilizados no desenho das luminárias, sendo estas, em conjunto com as encontradas na parte externa do edifício, desenhadas e detalhadas como parte integrante do projeto.
projeto apresentado por Rafael Galvão.
projeto com o qual concorreu o escritório Pena Firme.
Participaram também desse concurso os arquitetos Raphael Galvão, Pena Firme e Edgar Viana, apresentando, todos eles, projetos com características bem marcantes da arquitetura déco, sondo o de Galvão desenvolvido todo em linhas retas, com grandes aberturas horizontais, equilibradas por um conjunto de volumes retilíneos na vertical, eliminando qualquer decorativismo supérfluo.
Aparece também o projeto de Penna Firme desenvolvendo um conjunto de volumes extremamente movimentado e o de Edgar Viana empregando sacadas com linhas curvas elementos decorativos em relevo, tendendo para o que passou a ser conhecido como arquitetura marajoara, de intenso uso na década de 1930, principalmente no Rio de Janeiro.
projeto apresentado por Edgar Viana.
Participaram também desse concurso os arquitetos Raphael Galvão, Pena Firme e Edgar Viana, apresentando, todos eles, projetos com características bem marcantes da arquitetura déco, sondo o de Galvão desenvolvido todo em linhas retas, com grandes aberturas horizontais, equilibradas por um conjunto de volumes retilíneos na vertical, eliminando qualquer decorativismo supérfluo.
Aparece também o projeto de Penna Firme desenvolvendo um conjunto de volumes extremamente movimentado e o de Edgar Viana empregando sacadas com linhas curvas elementos decorativos em relevo, tendendo para o que passou a ser conhecido como arquitetura marajoara, de intenso uso na década de 1930, principalmente no Rio de Janeiro.
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