No final de 2014 foi lançado o livro Arquitetura religiosa setecentista em Vila Boa apresentando três textos sobre a arquitetura do período minerador, na antiga capital goiana. Resultado de vários anos de estudo e pesquisa sobre o assunto, esses textos foram, ao longo do tempo e em fases diferentes de desenvolvimento, apresentados em revistas especializadas ( Fragmentos de Cultura e Estudos, da PUC-GO e Locus, da UFJF) e em encontros, como o da ANPUH.
Igreja de Santa Bárbara sobre um pequeno outeiro na antiga saída para o arraial da Barra
O primeiro texto faz um panorama sobre os edifícios religiosos existentes na cidade, remanescentes do século XVIII, abordando formas, modelos e técnicas construtivas, além do histórico de cada um ao longo do tempo. Buscou-se também, nesse texto, apresentar as semelhanças com outras construções do mesmo período, como aquelas existentes em Minas Gerais e mesmo relacioná-las as fontes portuguesas que deram origem a seus modelos além das técnicas empregadas, trazidas pelo colonizador no decorrer do período colonial.
Matriz de Sant'Anna, como se encontra atualmente no meio urbano da antiga Vila Boa.
O segundo texto trata especificamente da antiga matriz de Sant'Anna, sua história, a sequência de desabamentos e reconstruções, do século XVIII ao último ano do século XX, quando passou por nova intervenção que a colocou na situação em que se encontra atualmente. Apresenta ainda, esse texto, vasta documentação, com registros iconográficos relativos aos séculos XVIII, XIX e XX, com referências feitas por vários dos cronistas europeus que passaram pela cidade, além da correspondência realizada entre o bispo D. Emmanuel Gomes e o arquiteto Gastão Bahiana, por ocasião da elaboração de um projeto de recuperação da igreja realizado em 1929.
Detalhe do forro apainelado octogonal da Igreja de N. S. do Carmo.
E, finalizando, o terceiro texto faz um estudo da simbologia encontrada em duas dessas construções (igrejas do Carmo e da Boa Morte) que apresentam as naves no formato de um octógono. A construção desses dois edifícios utilizando esse modelo simbólico em suas naves, colocam a cidade no mesmo pé de igualdade com as brasileiras Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Minas Gerais e, mesmo com as portuguesas Porto e Braga (entre inúmeras outras) que, no mesmo período estavam edificando igrejas utilizando esse modelo em suas plantas.
Publicado pela Editora Vieira, o livro já está sendo utilizado como material de referência e consulta no curso de Arquitetura da PUC-GO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário