terça-feira, 3 de novembro de 2009

o real gabinete português de leitura do Rio de Janeiro

Quinze anos após a proclamação da independência do Brasil, mais precisamente em 1837, um grupo de 43 portugueses residentes no país reuniu-se com o objetivo de criar uma biblioteca para ampliar os conhecimentos de seus sócios e dar oportunidade aos portugueses residentes na então capital do Império de acompanhar a produção literária da metrópole.
detalhe de vitrau na iluminação superior
detalhe dos arcos de uma janela da fachada

detalhe do piso em ladrilho hidráulico

Ainda no início de sua instalação, seus administradores adquiriram uma considerável quantidade de obras, sendo algumas delas extremamente raras, publicadas nos séculos XVI e XVII, podendo se mencionar um exemplar de Os Lusíadas, que pertenceu à Companhia de Jesus de Setúbal; as Ordenações de D. Manuel, de Jacob Cromberger, editadas em 1521, e os Capitolos de Cortes e Leys que sobre alguns delles fizeram, de 1539. Para se ter uma idéia do crescimento do acervo bibliográfico basta mencionar que em 1872 a biblioteca já possuía 20.471 obras (ou 44.917 volumes). Com isso houve uma considerável ampliação da biblioteca, o que obrigou a administração a, por várias vezes, mudar a sede de endereço. Em 1880, no tricentenário da morte de Camões foi iniciada a construção de uma sede própria em um terreno adquirido para esse fim, na rua da Lampadosa, atual rua Luis de Camões.

parte do acervo da biblioteca

Para o projeto foi contratado o arquiteto português Rafael da Silva Castro, que utilizou um traço neomanuelino, evocando a tradição portuguesa e a epopéia camoniana.Construído em pedra de lioz e tendo em sua fachada as estátuas de Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, do Infante D. Henrique e de Luís de Camões, o edifício, foi inaugurado em 10 de Setembro de 1887, contando para tanto com a presença da Princesa Isabel e de seu parido, o Conde D’Eu. O arquiteto Frederico José Branco cuidou da administração da obra, ficando as pinturas e decoração em relevo, sob a responsabilidade do artista Frederico Steckel.
A 22 de dezembro do ano seguinte, foi instalada a biblioteca que, em 1900 transforma-se em biblioteca pública.O seu acervo, composto de cerca de 350.000 volumes, encontra-se inteiramente informatizado.

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