sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

arquitetura rural de Goiás II

casa da pedreira na região do São Marcos

A primeira casa a ser documentada na região do Rio São Marcos, situada junto ao local de retirada de pedras para a construção da represa, apresenta as características básicas de edificação secundária, onde o acesso feito diretamente em uma pequena sala de visitas, que serve ao mesmo tempo de sala e de espaço de distribuição. No geral, o edifício está dividido em seis cômodos, implantados de forma simétrica, com dois quartos ligados diretamente à sala de visitas e um terceiro quarto, juntamente com a cozinha, abertos para uma segunda sala, situada imediatamente atrás da primeira. Os acessos, tanto frontal quanto posterior, são feitos pelo bloco central do edifício, ou seja, o principal, pela sala da frente, e o que liga o edifício ao quintal, pela sala dos fundos.

estrutura de madeira e vedação feita com alvenaria de adobe

As paredes são feitas em alvenaria de adobe revestidas com reboco simples, a cobertura em telha capa e bica e o piso em tijolo e cimento queimado. O beiral, curto, e extremamente simples, apóia-se em peças de madeira recortada, engastada na viga superior, acompanhando o desenho das pontas de viga que extrapolam os encaixes para execução do frontal.
Apesar de ser um representante da arquitetura vernacular, do interior do estado, sua edificação foi bem elaborada, com paredes bem niveladas e com baixo índice de distorção, com maioria de ângulos retos e, os que não o são, apresentam diferenças mínimas, não chegando a ser consideradas como distorção.

a estrutura do telhado mostrando o uso do pontalete

Em decorrência do tempo em que está abandonada, apresenta-se bem deteriorada, com perda total de uma parede, na cozinha e outra, parcialmente destruída em um dos quartos da parte frontal.
Situada em uma meia encosta, com o acesso principal voltado para o aclive, apresenta, dos locais de trabalho que geralmente acompanham essas residências, apenas o curral, não apresentando sequer restos do que poderia ter sido o paio, o engenho, forno, etc.

2 comentários:

  1. Gostei do edifício, do método construtivo, dos materiais e da descrição.
    Em Portugal desconheço o uso do que designou
    por "pontalete".
    Bom Carnaval.
    Cumprimentos para o outro lado do Atlântico.

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  2. salve, Rafael.
    o pontalete é a peça vertical que sustenta a cumeeira, que foi posteriormente substituída pela tesoura. acho que vale preparar material sobre o assunto.
    um grande abraço.

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