Acaba de sair pela Editora L&PM, de Porto Alegre, nesse ano de 2009, a segunda edição dos poemas (Antologia Poética) de ANNA AKHMÁTOVA (1889-1966) em tradução de Lauro Machado Coelho. A primeira edição, pela mesma editora, está datada de 1991.
Uma das maiores escritoras russas do século XX, Akhmátova foi perseguida e proibida de publicar seus poemas na Rússia Stalinista, sendo considerada pelos críticos ortodoxos da época como a representante de um momento da história a ser superado. Apesar de tudo o que sofreu ao longo de sua vida (a morte do marido e a prisão do filho), jamais aceitou os convites de amigos para sair do país em que nasceu. Era ali, mesmo perseguida e proibida de publicar seus poemas, que admitia passar sua vida, no mais das vezes, brigando em defesa de amigos escritores presos e perseguidos, como ela própria.
Um de seus poemas (Lendo Hamlet) já haviam aparecido em 1967, na antologia POESIA RUSSA MODERNA ( Brasiliense), organizada por Boris Schinaiderman, em parceria com os irmãos Augusto e Haroldo de Campos. Outros dois poemas seus foram incorporados à quarta edição dessa antologia, já em 1985.
Espera-se agora pela publicação de suas obras completas, como já aconteceu em vários outros paises do ocidente, tanto da Europa quanto da América, inclusive em países de língua hispânica. De 1940 é o poema aqui selecionado:
ESTROFES
Lua de Sagitário. Além dos Moskvá. Noite.
Como uma procissão vão-se embora as horas da
[Semana Santa.
Tive um sonho horrível. Será possível
Que ninguém, ninguém, ninguém possa ajudar-me?
É melhor não viver no Kremlin – os Preobajênski é que
[tinham razão –
os micróbios da antiga loucura ainda infestam o lugar:
o medo selvagem de Boris e todo o rancor de Ivan
e a arrogância do Impostor – em vez dos direitos do povo.
Uma das maiores escritoras russas do século XX, Akhmátova foi perseguida e proibida de publicar seus poemas na Rússia Stalinista, sendo considerada pelos críticos ortodoxos da época como a representante de um momento da história a ser superado. Apesar de tudo o que sofreu ao longo de sua vida (a morte do marido e a prisão do filho), jamais aceitou os convites de amigos para sair do país em que nasceu. Era ali, mesmo perseguida e proibida de publicar seus poemas, que admitia passar sua vida, no mais das vezes, brigando em defesa de amigos escritores presos e perseguidos, como ela própria.
Um de seus poemas (Lendo Hamlet) já haviam aparecido em 1967, na antologia POESIA RUSSA MODERNA ( Brasiliense), organizada por Boris Schinaiderman, em parceria com os irmãos Augusto e Haroldo de Campos. Outros dois poemas seus foram incorporados à quarta edição dessa antologia, já em 1985.
Espera-se agora pela publicação de suas obras completas, como já aconteceu em vários outros paises do ocidente, tanto da Europa quanto da América, inclusive em países de língua hispânica. De 1940 é o poema aqui selecionado:
ESTROFES
Lua de Sagitário. Além dos Moskvá. Noite.
Como uma procissão vão-se embora as horas da
[Semana Santa.
Tive um sonho horrível. Será possível
Que ninguém, ninguém, ninguém possa ajudar-me?
É melhor não viver no Kremlin – os Preobajênski é que
[tinham razão –
os micróbios da antiga loucura ainda infestam o lugar:
o medo selvagem de Boris e todo o rancor de Ivan
e a arrogância do Impostor – em vez dos direitos do povo.
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