O cartaz como elemento de divulgação e incentivo do turismo, na Itália, tem início no decorrer da década de 1920, apoiado e sempre contratado pelos órgãos estatais ENIT (Ente Nazionale per le Industrie Turistiche) e FS (Ferrovie dello Stato), dentro de um programa de propaganda de apoio ao regime fascista. Nesse período os trabalhos eram encomendados aos principais artistas gráficos do país, como Marcello Dudovich e Leopoldo Metlicovitz, entre outros. Praticamente toda a Itália foi documentada em cartazes elaborados com o intuito de divulgar as vantagens do turismo (como forma de recuperação econômica) no período entre guerras.
Sendo o art déco o modelo, tanto nas artes como na arquitetura, utilizado como representação pelo governo fascista de Benito Mussolini, não seria outro a caracterizar as representações, modelos e imagens estampados nos cartazes desse período, além, é claro, da propaganda política tanto explícita quanto subliminar.
De 1930, o cartaz de Giorgio Viola para Trieste e o de Virgilio Retrosi, para Roma, mostram bem o caráter político da propaganda aplicado ao trabalho artístico através, principalmente, de uma simbologia própria dos governos autoritários.
Em 1933, Marcello Dudovich apresenta já um trabalho mais livre, bem diferente de propostas anteriores (década de 1920) onde a propaganda política era evidente.
Em 1934, a proposta de Franz Lenhart para Bozen-Gries assume os conceitos do art déco vinculado à velocidade, utilizando a representação de um carro em aceleração.
Giuseppe Riccobaldi, em 1936, se bem que livre da interferência política direta, apresenta um trabalho onde a composição e o equilíbrio demonstram que a pressão política não foi abandonada ainda de todo.
O mesmo podendo ser visto no cartaz elaborado por Walter Molino, em 1937, tanto na composição geral da imagem quanto na rigidez dos personagens.
As imagens aqui apresentadas, foram tiradas do livro Travel Itália, de Lorenzo Ottaviani (L'ippocampo, 2007).
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