Do conjunto de projetos arquitetônicos arquivados no Centro Cultural Maria das Dores de Campos, da cidade de Catalão, é possível perceber a coexistência de modelos representativos de vários períodos do desenvolvimento da arquitetura brasileira.
Alguns desses projetos já elaborados com o objetivo de mostrar a arquitetura de chalé, de uso corrente nas décadas iniciais do século XX, dentro ainda do conjunto de estilos que conformam o ecletismo. Utilizando no telhado a telha francesa, que requer um ponto mais alto, e uma multiplicidade de recortes esses edifícios apresentam um movimento especial em sua cobertura, quando se observa o edifício de vários ângulos diferentes.
Aparecem também alguns projetos onde esses elementos ecléticos se apresentam já associados a outros mais vinculados ao modernismo, como o alpendre coberto com laje plana de concreto.
E, acompanhando a evolução natural da arquitetura da época, alguns projetos são elaborados utilizando vários elementos do modernismo, como grandes aberturas, telhado de fibro-cimento com calha central, protegido visualmente por uma platibanda em linhas retas e inclinadas. Aparece também, nesse modelo, como parte do programa, o abrigo para auto.
É possível perceber também, ao se observar as plantas desse ultimo modelo, que, se houve uma modernização no que se relaciona ao desenho das fachadas e escolha de materiais, o mesmo não acontece com as plantas que continuam se organizando dentro de uma distribuição própria do modelo anterior. Todos os projetos aqui apresentados, indicam a existência de fogão a lenha, e quando esse elemento não aparece indicado no desenho da cozinha principal, aparece em uma outra, secundária, em edifício anexo.
É possível perceber, na evolução da arquitetura desenvolvida na cidade de Catalão, que, se no decorrer das décadas de 1920, 1930 e 1940, houve um significativo avanço, e mesmo uma ousadia com o uso do neocolonial e com o art déco, o mesmo não acontece com o modernismo, que aparece na cidade de forma tímida e sem a ousadia vista anteriormente.
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