Governando a Capitania de Goyaz no período de 1778 a 1783, Luiz da Cunha Menezes, foi o capitão-general que mais proveito trouxe para a Vila, no que se relaciona a melhoramentos urbanos. Obras de relevo já haviam sido levadas a efeito pelos governos que o antecederam, mas foi Cunha Menezes que, por sua vocação de administrador urbano, promoveu as mais significativas melhorias. De acordo com Bertran (1997, p.65, v.2), uma de suas principais obras teria sido a execução de um passeio público dentro da Vila, promovendo a urbanização do largo que o sediou, por sinal o mais importante da capital, arruando-o com árvores em perfeito alinhamento, cuidando ainda em aperfeiçoar as ruas e casas, sem que para isso trouxesse prejuízo aos moradores. Foi ainda, logo no início de seu governo, o responsável pela reconstrução das três pontes sobre o Rio Vermelho que, com as chuvas de 9 de de janeiro de 1782, haviam sido levadas pelas águas. Deu início, nas mesmas obras, à construção de um cais de contenção, objetivando resguardar as pontes contra futuras cheias do rio.
Por essa época,
Incumbiu a um soldado dragão do Regimento de Cavalaria, Manoel Ribeiro Guimarães, da tarefa de levantar por inteiro a planta urbana de Vila Boa. Guimarães elaborou um trabalho minucioso para os recursos da época. Sua planta de Vila Boa, marcando corretamente as ruas existentes e as planejadas, os lotes construídos e as chácaras, é um primor de trabalho técnico, para os dois séculos transcorridos desde que foi executada (Bertran, 1997, p.53, v.2),
dando origem assim, ao segundo documento de maior interesse para esse estudo, se bem que o único a representar uma preocupação urbanística e, que da mesma forma que o outro, provocando interpretações que, de certa forma, prejudicam sua boa compreensão.
Por essa época,
Incumbiu a um soldado dragão do Regimento de Cavalaria, Manoel Ribeiro Guimarães, da tarefa de levantar por inteiro a planta urbana de Vila Boa. Guimarães elaborou um trabalho minucioso para os recursos da época. Sua planta de Vila Boa, marcando corretamente as ruas existentes e as planejadas, os lotes construídos e as chácaras, é um primor de trabalho técnico, para os dois séculos transcorridos desde que foi executada (Bertran, 1997, p.53, v.2),
dando origem assim, ao segundo documento de maior interesse para esse estudo, se bem que o único a representar uma preocupação urbanística e, que da mesma forma que o outro, provocando interpretações que, de certa forma, prejudicam sua boa compreensão.
Convém observar que, diferentemente do primeiro mapa, este apresenta um perfeito levantamento da situação real da parte edificada da cidade, mostrando tanto as ruas implantadas de forma retilínea, quanto aquelas tortuosas, cujos ângulos fogem ao padrão normal de traçado urbano, compreendido como tal, nos dias atuais. Complementa o desenho, a proposta feita por Cunha Menezes de orientação de um provável crescimento da Vila, e não o realinhamento das ruas já existentes, da forma como comumente é apresentado.
Assim, o que se tem é o centro da cidade apresentado da maneira como se estabeleceu e se consolidou desde os momentos iniciais da ocupação, representado pela indicação da massa construída, cercado por uma área de traçado com tendência à ortogonalidade, orientando tanto a forma quanto a direção para onde a Vila deveria se estender. O que somente em parte foi cumprido.
Resultante da forma de distribuição de terras nos primeiros momentos e ocupação, Cunha Menezes herdou de seus antecessores, um grave problema, que de certa forma prejudicava o possível crescimento ordenado da capital. A concessão de terras para chácaras representava por essa época, um grande número de propriedades que, para o bom ordenamento do projeto de Cunha Menezes, deveriam, pelo menos em parte, serem revistas as doações, já que um provável crescimento da população exigiria terras para construção de novas casas, o que não poderia ser feito em terrenos situados além dos limites externos dessas chácaras.
Um desses casos, que inclusive consta dos anais da Câmara, é o da Chácara do Moinho, que teve que ser diminuída em sua área para a construção de uma nova rua, que deveria ligar a Ponte da Cambaúba à Capela de Santa Bárbara, passando por traz da Igreja de Nossa Senhora do Rosário; já no segundo ano de mandato de Cunha Menezes. Tal rua, além de contribuir para a formosura da Vila, deveria permitir a construção de novas casas, já solicitadas à Câmara, tendo em vista o crescimento do número de habitantes da capital. Após uma série de demandas e tentativas de impugnar a ação, finalmente a rua foi aberta, sendo incorporada ao projeto do governador, juntamente com a Rua Passo da Pátria, como uma das duas grandes alamedas que demandam ao sítio da Capela de Santa Bárbara, na saída para o arraial da Barra.
Esse foi então, o primeiro momento em que se pretendeu realmente elaborar um plano para Vila Boa, ou mesmo um plano de urbanização a ser levado a efeito em território goiano durante o período colonial. E é bom observar que tal plano não aconteceu de forma aleatória, mas vinculado a um grande projeto governamental que visava oferecer, principalmente aos moradores da Vila, um motivo, ou uma possibilidade de permanência, justificando o estabelecimento definitivo nessa região de fronteira, onde o único e principal atrativo, o ouro, já deixara de existir como tal há muito tempo.
É dentro desse contexto que se desenvolvem obras como a construção do Chafariz da Boa Morte e reforma em massa dos edifícios públicos, além da implantação em edifício próprio, da Real Fazenda, no governo anterior, comandado por Almeida Soveral. A reconstrução das três pontes sobre o Rio Vermelho, a construção do cais, no mesmo rio, o plano de orientação do crescimento da Vila e a elaboração de um código de posturas e edificações, na administração de Cunha Menezes, davam à Vila um aspecto mais limpo, harmônico e de maior comodidade aos habitantes, mesmo considerando a falta de recursos dos cofres públicos para obras de tal monta em região tão pobre.
O prospecto elaborado pelo soldado Guimarães, cujo original se encontra no Arquivo Ultramarino em Lisboa, apresenta o núcleo original já existente, e respeitado em sua íntegra, cercado pela orientação quanto à possibilidade de expansão. Ou seja, essas ruas onde não aparecem construções, mas já nomeadas, seriam oportunamente abertas, à medida em que a Câmara recebesse novos pedidos de terrenos para a construção de casas. Em nenhuma hipótese seriam concedidos terrenos em área fora daquela demarcada no mapa, enquanto não estivesse esta totalmente ocupada.
Para que tal trabalho não ficasse sem efeito, foi o mesmo seguido de um código, ou postura urbana, que busca nas origens da Vila e na carta de 11 de fevereiro de 1736, as informações básicas e os dispositivos de orientação.
Assim, o que se tem é o centro da cidade apresentado da maneira como se estabeleceu e se consolidou desde os momentos iniciais da ocupação, representado pela indicação da massa construída, cercado por uma área de traçado com tendência à ortogonalidade, orientando tanto a forma quanto a direção para onde a Vila deveria se estender. O que somente em parte foi cumprido.
Resultante da forma de distribuição de terras nos primeiros momentos e ocupação, Cunha Menezes herdou de seus antecessores, um grave problema, que de certa forma prejudicava o possível crescimento ordenado da capital. A concessão de terras para chácaras representava por essa época, um grande número de propriedades que, para o bom ordenamento do projeto de Cunha Menezes, deveriam, pelo menos em parte, serem revistas as doações, já que um provável crescimento da população exigiria terras para construção de novas casas, o que não poderia ser feito em terrenos situados além dos limites externos dessas chácaras.
Um desses casos, que inclusive consta dos anais da Câmara, é o da Chácara do Moinho, que teve que ser diminuída em sua área para a construção de uma nova rua, que deveria ligar a Ponte da Cambaúba à Capela de Santa Bárbara, passando por traz da Igreja de Nossa Senhora do Rosário; já no segundo ano de mandato de Cunha Menezes. Tal rua, além de contribuir para a formosura da Vila, deveria permitir a construção de novas casas, já solicitadas à Câmara, tendo em vista o crescimento do número de habitantes da capital. Após uma série de demandas e tentativas de impugnar a ação, finalmente a rua foi aberta, sendo incorporada ao projeto do governador, juntamente com a Rua Passo da Pátria, como uma das duas grandes alamedas que demandam ao sítio da Capela de Santa Bárbara, na saída para o arraial da Barra.
Esse foi então, o primeiro momento em que se pretendeu realmente elaborar um plano para Vila Boa, ou mesmo um plano de urbanização a ser levado a efeito em território goiano durante o período colonial. E é bom observar que tal plano não aconteceu de forma aleatória, mas vinculado a um grande projeto governamental que visava oferecer, principalmente aos moradores da Vila, um motivo, ou uma possibilidade de permanência, justificando o estabelecimento definitivo nessa região de fronteira, onde o único e principal atrativo, o ouro, já deixara de existir como tal há muito tempo.
É dentro desse contexto que se desenvolvem obras como a construção do Chafariz da Boa Morte e reforma em massa dos edifícios públicos, além da implantação em edifício próprio, da Real Fazenda, no governo anterior, comandado por Almeida Soveral. A reconstrução das três pontes sobre o Rio Vermelho, a construção do cais, no mesmo rio, o plano de orientação do crescimento da Vila e a elaboração de um código de posturas e edificações, na administração de Cunha Menezes, davam à Vila um aspecto mais limpo, harmônico e de maior comodidade aos habitantes, mesmo considerando a falta de recursos dos cofres públicos para obras de tal monta em região tão pobre.
O prospecto elaborado pelo soldado Guimarães, cujo original se encontra no Arquivo Ultramarino em Lisboa, apresenta o núcleo original já existente, e respeitado em sua íntegra, cercado pela orientação quanto à possibilidade de expansão. Ou seja, essas ruas onde não aparecem construções, mas já nomeadas, seriam oportunamente abertas, à medida em que a Câmara recebesse novos pedidos de terrenos para a construção de casas. Em nenhuma hipótese seriam concedidos terrenos em área fora daquela demarcada no mapa, enquanto não estivesse esta totalmente ocupada.
Para que tal trabalho não ficasse sem efeito, foi o mesmo seguido de um código, ou postura urbana, que busca nas origens da Vila e na carta de 11 de fevereiro de 1736, as informações básicas e os dispositivos de orientação.
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