domingo, 16 de agosto de 2009

iconografia vilaboense XII


o mapa de 1867

O terceiro mapa conhecido sobre a cidade de Goiás, datado de 1867, foi elaborado pelo engenheiro militar Joaquim Rodrigues de Moraes Jardim, que, no cargo de responsável pelas obras militares em Goiás, foi o autor de vários projetos de reformas para edifícios públicos na capital goiana, além de projetos para edifícios militares, os dois mapas da cidade elaborados na segunda metade do século e um mapa completo da Província.

Da mesma forma que o mapa de 1770, este, elaborado quase cem anos depois, também não se apresenta como uma representação fiel da implantação da cidade no terreno. Aquele primeiro mapa pecava por apresentar as ruas com uma retiliniariedade não existente e esse por mostrar as vias públicas utilizando formas curvas extremamente acentuadas, o que na realidade, também não correspondem à realidade do existente.
Se comparado ao mapa de Cunha Menezes, esse primeiro mapa de Moraes Jardim demonstra que não foram de todo esquecidas ou desrespeitadas as orientações daquele governador. Várias das ruas sugeridas no mapa de 1782 em caso de futuro crescimento do espaço urbano, aparecem, já como vias implantadas no mapa oitocentista, como é o caso da atual Rua de Santa Bárbara e mesmo da continuidade da Rua do Carmo, do lado do Rosário, assim como, do lado de Santana, a continuidade da Rua do Horto e a efetivação do que foi sugerido com o nome de Rua Nova Luziana, que hoje é uma das opções de saída da cidade para o lado sul. Ainda do lado norte, é possível ainda observar, a implantação da ligação proposta entre a Cambaúba e a Igreja de Santa Bárbara, passando pela Boa Vista, que, no decorrer do século XVIII provocou intensas disputas entre o poder público e os proprietários da Chácara do Moinho.
O interessante no estudo dos mapas elaborados nesse momento de preocupações urbanas e de propostas de novas construções, principalmente de edifícios para uso público, é a possibilidade de perceber a forma como era pensado o espaço urbano e a inserção desses novos edifícios, além de sua relação com os demais, já existentes.
Apesar de ser o Mercado Municipal um assunto constante em praticamente todos os relatórios de governo, nessa segunda metade do século XIX, quando todos os presidentes da Província estiveram preocupados com a localização e mesmo com a compra de terreno e elaboração de projetos – apesar de não haver sido encontrado nenhum até o presente momento – é possível perceber a localização do mesmo, no local onde ainda hoje se encontra. Em 1859, Francisco Januário da Gama Cerqueira anunciava a aquisição de uma chácara para instalação do mercado. Essa chácara foi, posteriormente cedida aos militares e atualmente é o local onde se encontra o Quartel da Polícia Militar do Estado.
No local onde hoje se encontra o Jardim de Infância, edifício que já sediou a Escola Normal e o Palácio da Instrução, aparece no mapa a referência de Caza dos Educandos, e próximo ao local onde hoje se encontra a Prefeitura Municipal existe a indicação de uma Fábrica, sem no entanto especificar de quê. Sabe-se que por essa época, várias propostas foram apresentadas ao governo para instalação de fábricas na Província, existindo informações concretas de interesse na implantação de atividades industriais em Rio Verde, Arraial de Areias, nas proximidades da capital e mesmo em Vila Boa.
No mais, a legenda do mapa não apresenta novidades no que se relaciona a edifícios de uso público ou privado.

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